Talvez não exista um sentimento
tão marcante quanto a angústia, uma vez que ela pode está presente em quase
todos os outros sentimentos: como o medo, a ansiedade, o estresse, e até em
sentimentos bons como o amor a angústia pode está presente - em forma de ciúme,
saudade ou medo da perda.
A angústia nos acompanha por toda
nossa história de vida. Vivemos angustiados no trabalho ou na falta dele; nos
relacionamentos, com todos os detalhes e exigências inerentes à relação entre
as pessoas; no trânsito, com os seus riscos e situações de estresse; nas preocupações
com o nosso futuro, etc.
A angústia, ao lado da ansiedade,
constituem a maior parte de nossos sofrimentos e talvez sejam a maior causa para
a busca aos consultórios de psicólogos e psicanalistas, que têm a função de
ajudar o paciente à nomear as suas angústias e a encontrar as suas verdadeiras
causas, para só assim poderem lidar com elas.
Para o psicanalista francês
Jacques André, professor da Universidade de Paris, a angústia é o motor da
análise. O que mostra a dimensão da importância da angústia para que o
indivíduo busque soluções para seus problemas. Freud já dizia que, quando a
angústia de não buscar mudanças é maior do que a angústia de buscá-las, a
pessoa muda. Então, podemos dizer que a angústia tem um papel importante também
como impulsionadora de mudanças de vida.
A angústia está tão presente nos
outros sentimentos que o próprio Freud, pai da psicanálise, já dizia ser a
angústia a matriz de todos os afetos, de todos os sentimentos. Assim, a
angústia serve para nos alertar para as mudanças que devemos construir na nossa
vida, para as escolhas que devemos fazer e, principalmente, para que tenhamos a
oportunidade de crescer como pessoa, aprendendo a buscar formas saudáveis e
maduras de enfrentar as dificuldades que certamente aparecem na vida de todos.
Quando não enfrentamos as nossas
angústias de forma madura e corajosa, as mesmas podem transformar-se em fobias,
que é o medo exagerado diante da ameaça irreal de coisas ou situações; em
síndrome do pânico, que é quando passamos à ter medo até do próprio medo e até desenvolver
doenças psicossomàticas, transferindo para o corpo as dores da alma.
Podemos tirar lições positivas da
angústia. Ninguém fica angustiado se tudo está bem em sua vida. Então, se há
angústia é porque algo não vai bem e é hora de parar, olhar para sí mesmo e
perceber as mudanças que precisa promover na sua vida - que sejam mudanças no âmbito
profissional, talvez mudar de emprego, se não está feliz com o que faz; talvez participar
de um curso, se sente necessidade de buscar um crescimento intelectual, ou que
sejam mudanças necessárias na vida pessoal ou familiar.
O ideal é que, diante dos
sofrimentos provocados pelo sentimento da angústia, o indivíduo busque
trabalhar o seu autoconhecimento e desenvolvimento emocional; traduzindo seus
pensamentos e sentimentos; aprendendo a lidar melhor com as suas emoções e a
enfrentar de forma mais madura e equilibrada os seus conflitos e problemas.
E você, como tem lidado com as suas
angústias?
Um abraço e até a próxima publicação.
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