Somos livres para fazer escolhas, mas precisamos nos
comprometer com as escolhas que fizermos.
Muitas das angústias que temos são frutos das escolhas
que fizemos, angústias que se não trabalhadas, podem se transformar em
depressões e bloqueios que podemos arrastar para o resto da vida.
A vida é feita de escolhas _ grandes e pequenas. Até
quando não escolhemos, estamos escolhendo não escolher. E todas as escolhas que
fazemos determinam de alguma forma o nosso caminho.
A vida é feita
também de mudanças, grandes e pequenas, que são conseqüências das nossas
escolhas. Ás vezes mudanças tão pequenas que nem sequer percebemos, as vezes
mudanças que traçam novas rotas para nossa vida.
Mesmo essas
pequenas mudanças, que às vezes até passam despercebidas, e que achamos
insignificantes, nos levam a traçar os caminhos que trilharemos. Escolhas que
podem ter nenhuma importância na construção de nosso futuro, como que roupa
usar para ir a um evento, por exemplo. E escolhas que podem determinar a forma
como viveremos até o fim de nossos dias.
Precisamos ter a consciência de que sempre que fazemos
alguma escolha, fazemos com a intenção de acertar e fazemos com os melhores
recursos que tivemos.
Não somos obrigados a acertar sempre, pois, somos
falíveis e imperfeitos. Só temos a obrigação de fazermos o nosso melhor. Isso é
o que, independente do resultado obtido das nossas escolhas, servirá de alívio
para nossas angústias.
O homem é um
ser simbólico. E mais importante do que os eventos de sua história de vida, é a
forma como esses eventos são enxergados encarados. Dessa forma, menos
importante do que aonde nos leva as mudanças e escolhas que fazemos, é a forma
como aceitamos e como encaramos as mudanças e escolhas que fazemos.
Para que
sejamos felizes, e convivamos de forma saudável e harmoniosa com as escolhas
que fazemos, é necessário saber que não podemos seguir mais de um caminho. E
assim, sempre que decidimos sobre que caminho seguir, devemos apagar de nossa
mente as opções descartadas.
Muitas vezes
não conseguimos ser felizes com o caminho que escolhemos, porque não
conseguimos nos desligar das opções que não escolhemos, e acabamos, por conta
disso, sabotando o caminho escolhido.
Outras vezes,
por não nos entregarmos de forma completa às nossas escolhas, acabamos
encontrando dificuldades e obstáculos até nas coisas mais simples.
Seja qual for
a nossa escolha de vida, devemos aceitar também as implicações inerentes ao
caminho escolhido. Pois, seja qual for a nossa escolha e caminho seguido,
sempre haverá pedras pelo caminho.
Seja qual for
o caminho escolhido, devemos desempenhar as nossas funções da melhor forma
possível. Pois, saber que fizemos o nosso melhor faz toda a diferença;
Seja qual for
o caminho escolhido, seja qual for a função desempenhada, uma das coisas mais
difíceis e necessárias na jornada da vida é a relação com o outro. Na relação
com o outro nós nos construímos; na relação com o outro nós nos descobrimos; na
relação com o outro nós nos conhecemos.
Para que
tenhamos uma relação saudável com o outro, precisamos antes construir uma
relação saudável com a nossa própria pessoa. Eu só consigo conviver bem com o
outro se conviver bem comigo mesmo.
Preciso me
aceitar como pessoa, inacabada e imperfeita. Com valores e também com
limitações.
Se eu não me
aceitar como pessoa imperfeita, que tem deficiências e limitações, que comete erros,
que tem fraquezas, também não vou aceitar o outro como ele é.
Às vezes,
cobramos tanto do outro porque queremos que ele seja perfeito como nós não
somos. Daí, passamos a enxergar as limitações do outro, como forma de encobrir
as nossas próprias limitações.
Às vezes,
somos intolerantes com o outro, porque também somos intolerantes conosco. E
quanto mais nos deixarmos perturbar pelo comportamento do outro, mais nos
tornamos intolerantes. Até porque, na verdade, não é o comportamento do outro o
que nos perturba, e sim, a forma como enxergamos o comportamento do outro que
nos provoca alguma reação negativa.
Antes de
julgarmos ou condenarmos o comportamento do outro, devemos nos perguntar por que
aquele comportamento nos perturbou tanto. Talvez a resposta não esteja no
outro, e sim em nós mesmos.
Para ter harmonia
com o outro, preciso ter harmonia comigo mesmo. Quem não está bem consigo,
dificilmente poderá ficar bem com o outro, e quem está bem consigo, não se
deixa perturbar pelo outro. Até porque, não é o outro que nos perturba, somos
nós que permitimos que o outro nos perturbe.
Quando dizemos
que o outro nos causou algum tipo de decepção, na verdade não foi o outro que
nos decepcionou, fomos nós que nos decepcionamos por não termos sido atendidos
nas expectativas que construímos à respeito do outro. Como se o outro tivesse a
obrigação de ser a agir exatamente da forma que queremos.
Nós conhecemos
cada vez mais o mundo em que vivemos, mas nos afastamos cada vez mais do nosso
mundo interior. Aprendemos a dominar o mundo exterior, mas não aprendemos a
conhecer o nosso universo interior.
Procurando nos
compreender: porque somos como somos, porque sentimos como sentimos, porque
agimos como agimos, iremos também compreender o outro. Sempre achamos que o
outro deve mudar alguma coisa em seu comportamento, mas nunca percebemos o que
devemos mudar em nosso comportamento.
Cada um de nós
é capaz de perceber as próprias habilidades, e de perceber o que precisa mudar.
Mudar significa ser flexível.
Existem
pessoas que têm padrões rígidos, que não mudam e não aceitam mudanças. Existem
pessoas que até dizem com orgulho que são como são, e que vão continuar sendo
sempre assim, como se isso fosse uma qualidade, como se isso fosse prova de uma
personalidade superior.
Como vimos no
início, a vida é feita de mudanças. E quem não acompanha essas mudanças fica
empoeirado, fica preso em velhos esquemas.
Mudar não
significa deturpar os valores. Deturpamos os valores quando queremos que o
ambiente mude para atender aos nossos desejos. As verdadeiras mudanças não são
as que provocamos no ambiente onde vivemos, mas sim as que provocamos em nós
mesmos.
Mudamos quando
aprendemos a escutar o outro, quando aprendemos a enxergar e a aceitar o outro
como ele é, quando permitimos que o outro aproxime-se de nós, quando permitimos
que o outro nos conheça.
Segundo
Vygotsky, educador russo, todo ser humano se constitui um SER pelas relações
que estabelece com os outros seres humanos.
As
dificuldades em estabelecer essas relações de forma satisfatória acabam gerando
desarmonias nos relacionamentos, tornando o convívio interpessoal difícil. Às
vezes temos dificuldades em estabelecer um bom relacionamento até mesmo conosco.
Os conflitos
surgidos nos relacionamentos, antes de serem vistos como obstáculos para o
convívio, devem ser vistos como oportunidade para reflexão. Refletir sobre a
verdadeira causa do conflito, sobre o porquê permitimos o surgimento do
conflito, sobre os tipos de sentimentos que surgiram no conflito, o porquê
desses sentimentos, e por aí vai. Assim, podemos utilizar os conflitos para nos
conhecer melhor e para nos desenvolver como possoa.
Não podemos é
guardar ressentimentos. Quem coleciona ressentimentos cultiva rancor, acaba
consumindo-se pelo desejo de desforra, e passa a odiar o seu semelhante.
O mais
importante não é o que os outros nos fazem, é no que transformamos o que os
outros nos fazem.
Portanto,
precisamos nos dar a chance de conhecer as pessoas com quem convivemos, para
que assim possamos amá-las. Muitas vezes não permitimos essa aproximação por
orgulho. O orgulho nos impede de permitir que o outro se aproxime, nos impede
de aceitar o outro como ele é.
E, talvez, uma
das coisas mais importantes à ser considerada diante das nossas escolhas e
caminhos seguidos, seja saber que só você pode construir o seu caminho.
Então, não se
deixe paralisar diante da possibilidade de errar nas suas escolhas, pois, só
aprenderemos a acertar nas escolhas, fazendo escolhas. Se errarmos, sempre
podemos admitir o erro e tentar novamente.
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