Quais são as mudanças que você quer para o País?

 

Muito se fala em mudanças, principalmente nas vésperas da escolhas de novos representantes da sociedade e da nação.

Mas, quais são realmente essas mudanças que desejamos?

Criou-se no País uma verdadeira divisão – ou você é de extrema direita, pintada como a representação do conservadorismo e do poder quase sem limites da autoridade ou você é de extrema esquerda, pintada como o retrato da anarquia completa.

De certa forma, estamos perdendo até a oportunidade de discutir ideias e propostas, que poderiam até ter alguma chance de produzir verdadeiras mudanças no pais, em razão dessa dualidade estabelecida, onde prevalece a agressão de ambas as partes, em detrimento do diálogo e da busca de caminhos que sejam realmente do interesse de todos.
Segundo Maslow, psicólogo americano do início do século 20, as razões que influenciam o comportamento humano estão relacionadas as suas próprias necessidades. E os motivos que levam as pessoas a agirem estão dentro delas mesmas.

Estamos refletindo os motivos que nos levam às atitudes que estamos tendo?

Estamos refletindo sobre os verdadeiros motivos que estão nos levando a agredir, denegrir e criar intrigas até mesmo com familiares e amigos?

Certamente, essas respostas não devem está apenas no candidato que escolhemos, mas em nós mesmos.

Para Durkheim, um dos maiores pensadores da sociologia, o homem é humano porque vive em sociedade e, para adquirir essa humanidade, é indispensável superar-se, dominar as próprias paixões, considerar outros interesses que não os próprios.

Ao mesmo tempo, Sigmund Freud, criador da psicanálise, no texto Psicologia das massas e análise do eu, diz que, quando em grupo, o indivíduo abandona o seu ideal de ego, passando a agir de acordo com a mente grupal, pautando as suas ações em concordância com o pensamento do grupo, mesmo que em detrimento de seus próprios interesses, podendo chegar até mesmo a assumir comportamentos violentos.

Podemos nos dá a oportunidade de refletir sobre o que esses textos significam e o que tem a vê com os meus próprios comportamentos?

Ser cidadão é ter direitos: direito á vida, á igualdade, à propriedade, como também direitos políticos e direito de participar dos destinos da sociedade.

Mas ser cidadão é também ter deveres. E, se pedimos mudanças, estamos também nós dispostos a mudarmos?

Segundo Leonardo Boff, uma ética não emerge se não houver previamente um ambiente que permita a sua formulação. Afinal, o político sai do povo e, para esse político ter ética nas suas ações, é necessário que esse povo também tenha essa ética.

Portanto, percebemos que não haverá ética na política, se todos e cada um não cuidarem para que isso aconteça; se cada um não expressar essa ética também nas suas ações do dia-a-dia.

Se estamos cansados de sermos o País da impunidade, da corrupção e do jeitinho brasileiro, precisamos começar essa mudança em nós mesmos, fazendo a diferença com as nossas ações.

Estamos prestes a eleger mais uma vez nossos representantes em mais um período eleitoral e certamente mais uma vez iremos esperar mudanças que não acontecerão.
Por que?

Porque independente de quem sejam os eleitos, nas diversas funções disputadas, sabemos que pouco será feito de verdade em prol da sociedade.

Então, o que nos resta?

Idolatrar algum salvador da pátria?

Talvez o melhor caminho seja fazer a nossa parte, contribuindo da forma que for possível, para a construção de pessoas melhores, seja um caminho para verdadeiras mudanças, mesmo que isso só seja possível no longo prazo.

E você, como tem sido ou como pretende ser um agente de mudanças?

Um abraço e até a próxima edição.
Gilson Tavares
Psicanalista Clínico e Organizacional
Consultor em Gestão Comportamental
 


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