O Pensamento Positivo e o que é o Pensamento Mágico

 

Você sabe qual a importância do pensamento positivo?

Você sabe como o pensamento positivo pode influenciar, como o pensamento positivo pode impactar os resultados em qualquer projeto ou em qualquer iniciativa?

Você sabe também o que é o pensamento mágico?

Você sabe qual a diferença entre o pensamento positivo e o pensamento mágico?

E você sabe como o pensamento mágico, ao contrário do pensamento positivo, pode impactar negativamente em qualquer situação? Como o pensamento mágico pode ser danoso na vida de uma pessoa?

Talvez, a característica mais marcante da espécie humana, entre as tantas outras espécies que habitam ou que já habitaram esse planeta, seja o fato do ser humano ser um ser simbólico, ou seja, o fato do ser humano ter as suas ações mais determinadas pela forma como ele enxerga e como ele interpreta o mundo ao seu redor do que a forma como o mundo ao seu redor realmente acontece.

Por essa razão, podemos perceber que as ações do ser humano têm uma grande influência dos seus sentimentos e dos seus pensamentos em relação às situações vivenciadas pelo mesmo.

Como também podemos concluir que antropologicamente falando, a forma de enxergar e a forma de interpretar o mundo, deve ter tido forte influência na construção das crenças e na construção das superstições que acompanham o homem através dos tempos e até os dias atuais.

Entre os tantos processos que acontecem na mente humana, processos que têm a função de manter a mente conectada com  mundo ao redor, processos que têm a função de influenciar na tomada de decisões, processos que têm a função de influenciar nas reações e na ações diante das diversas situações, processos que têm a função de interpretar o mundo ao redor e tudo o que acontece no mundo ao redor.

Entre esses processos mentais podemos encontrar o pensamento positivo, como a capacidade do indivíduo em acreditar que algo é possível e em acreditar que é capaz de tornar algo possível.

Podemos encontrar também o que se pode chamar de pensamento mágico.

O pensamento mágico acontece quando, em razão de um determinado pensamento ou em razão de uma determinada ação, algum acontecimento concreto se realiza, levando o indivíduo a acreditar que tal acontecimento foi determinado ou foi influenciado pelo seu pensamento ou pela sua ação, e assim, acredita que toda vez que tiver aquele determinado pensamento ou aquela determinada ação, o acontecimento concreto se repetirá.

Podemos supor, com um olhar antropológico e evolutivo da espécie humana, que essa seja a raiz dos diversos rituais, presentes na vida do homem nas mais diversas culturas e nas mais diversas épocas.

Sabemos que todas as ações do ser humano nascem a partir dos seus pensamentos, dos seus sentimentos e das suas motivações. O que leva à um pensamento lógico de que a qualidade dos seus pensamentos tem uma influência direta na qualidade das suas ações, e logicamente na qualidade das consequências e dos resultados dessas ações.

Sendo assim, podemos perceber que o pensamento positivo tem um valor muito grande para determinar as ações do ser humano, na direção da realização dos seus sonhos e dos seus objetivos.

Mas, podemos perceber também que, o pensamento positivo, sem um alinhamento com a realidade, sem a busca da construção das competências necessárias, sem a construção dos conhecimentos necessários, sem as atitudes corretas e necessárias, não passará de pensamento mágico.

O pensamento positivo é necessário sim. Até porque, se você acredita que algo não é possível, realmente esse algo não será possível. Ao contrário, se você acredita que será capaz de realizar algo, você saberá buscar os meios para realizar esse algo e terá motivações para enfrentar os obstáculos que certamente surgirão, pois, não existe caminhada sem pedras no caminho.

Porém, de nada adiantará repetir uma fórmula um milhão de vezes, mentalizar uma situação desejada e esperar que o universo faça o que deve ser feito por você. Ou seja, o pensamento mágico não irá realizar por você. Você precisa construir os caminhos e ter as atitudes que podem levar à realização dos seus sonhos e dos seus objetivos.

Dizer que você é capaz e é merecedor de algo, não é suficiente para que esse algo aconteça. Se você realmente não se tornar capaz de realizar e não buscar os meios necessários para realizar, dificilmente esse algo irá se realizar apenas em razão da força dos seus pensamentos.

Procure sempre ter pensamentos positivos. Transforme pensamentos negativos em pensamentos positivos. Mas não baseado em pensamentos mágicos e sim alinhado com a realidade e alicerçado nas atitudes corretas e necessárias.

Pratique bons pensamentos sim, mas pratique também boas atitudes.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

 

O amor na ciência e a ciência do amor

 

Mês de maio é também conhecido como mês das noivas. Por ser um mês que costuma ser escolhido por muitos para realizarem os seus casamentos.

É então também um bom momento para uma reflexão sobre casamento, sobre união, sobre companheirismo, sobre o amor.

O sentimento que une os casais é tão presente e comum na vida das pessoas que poucas vezes nos perguntamos o porquê da sua existência.

Qual a importância desse sentimento para a vida das pessoas?

Qual a razão da sua existência e a sua importância para a sobrevivência da espécie humana?

Qual a ciência por traz desse sentimento que chamamos de AMOR?

De acordo com a biologia evolutiva, o vínculo criado por casais apaixonados garante a segurança da espécie. Focado na sua família, o homem gasta energia em mantê-la bem provida, oferecendo todas as oportunidades para que seus filhos cresçam e perpetuem sua carga genética.

Para unir o casal, o cérebro se inunda desse sentimento que chamamos de amor, ou seja, há um aumento na liberação dos hormônios dopamina e norepinefrina, liberados pela ocitocina, neurotransmissor que atua no sistema de recompensa do corpo humano e induz sensações de prazer. São eles que causam todas as sensações típicas da paixão, como a insônia, o frio na barriga e pensamentos obsessivos em relação à pessoa amada.

Quando falamos rolou uma química. Literalmente, rolou mesmo uma química na cabeça das pessoas apaixonadas.

Ainda de acordo com a biologia evolutiva, passado o rompante da paixão, outro hormônio entra em ação: a oxitocina. É a oxitocina que faz com que os casais criem vínculos, evoluam para o sentimento de amor romântico, e continuem juntos por anos a fio.

É a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. É nosso organismo quem ajuda a escolher por quem nos apaixonamos. Enquanto os homens tendem a procurar mulheres com o quadril largo, característica vinculada à progesterona, que sinaliza uma boa fertilidade, as mulheres procuram um homem que transpire sucesso e segurança.

Os dois caçam ainda alguém com um sistema imunológico diferente do seu. A variabilidade nos sistemas imunológicos garante o sucesso da espécie e evita anomalias do cruzamento entre parentes.

Mas, por mais que você saiba que o hormônio dopamina que corre no seu corpo é o que te faz sentir frio na barriga, você ainda vai sentir o coração pular no peito, vai curtir o primeiro beijo, vai curtir a presença da pessoa amada, vai sentir a sua falta quando está longe, e todas essas coisas que a ciência não explica.

Afinal, somos seres emocionas, e, além da fisiologia, que tem a sua importância também para o surgimento dos sentimentos, são as emoções que regem a nossa vida, e elas, as emoções, a ciência ainda não consegue explicar de forma completa.

Para o psiquiatra Wimer Bottura, autor do artigo “Amar nos torna mais felizes”, publicado no jornal O POVO online, o amor de verdade, no entanto, é um pouco mais complexo do que uma pilha de fórmulas e equações. São os relacionamentos entre os amantes os responsáveis por determinar se aquela paixão é mais do que fogo de palha e se ela é realmente capaz de trazer a tal da felicidade duradoura a alguém.

Segundo ele, no amor de verdade, a pessoa já tem as suas necessidades supridas e busca algo que a complemente, ao invés de apenas preencher uma carência.

Ele diz também que o amor é o encontro consigo mesmo através do outro, e é esse encontro entre os apaixonados uma das principais fontes de felicidade humana. Amar ao outro é amar a si mesmo. Amar ao outro é sair de si, projetando-se para fora do ‘eu centralizador’.

Maria de Lourdes Borges, autora do livro Os Caminhos Filosóficos do Amor, explica três tipos de amor, academicamente obedecendo a uma denominação grega:

O amor Eros é o mais cantado em prosa e verso, o de maior sucesso na literatura, no teatro, cinema e nas artes em geral. É amor romântico.

O amor tipo Philia é mais próximo do amor definido por Aristóteles, percebido como o desejo de partilhar a companhia do outro, o desejo de querer o bem do outro.

O amor Caritas, também condicionado ao desejo do bem do outro.

Deixando a ciência e a filosofia de lado, sabemos que para amar alguém, não precisamos realmente saber de todas essas coisas, basta apenas saber que amar é querer sempre o bem para a pessoa amada.

Amar é aceitar que todos temos um passado e que ele serviu para construir a pessoa que somos hoje.

Amar é saber construir o presente junto com a pessoa amada e contribuir para a construção de um futuro juntos.

Amar é contribuir para o crescimento e para o desenvolvimento do outro.

Amar é, não apenas desejar, mas é também contribuir para o bem do outro.

Amar é saber que um relacionamento saudável precisa ser construído alicerçado em sentimentos como o companheirismo, a cooperação, a atenção, o cuidado, e principalmente o respeito.

Amar é saber que qualquer relacionamento precisa ser cultivado com gestos e com atitudes e não apenas com palavras.

Amar é saber que na manutenção de qualquer relacionamento precisa está presente, ao mesmo tempo, o sentimento de partilha e de compartilhamento da vida e dos momentos, mas não esquecendo que o relacionamento é constituído por pessoas, que é preciso também aprender a respeitar a individualidade de cada um.

Algumas palavras precisam estar sempre presente em um relacionamento, entre elas:

A compreensão, a tolerância, o perdão, a gratidão.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

 

O papel da mãe na formação da pessoa e da personalidade

 

O mês de maio, entre outras coisas, é visto como o mês dedicado às mães. O mês que tem campanhas nos mais diversos segmentos da sociedade, lembrando o papel e a importância das mães. Mês que também tem grande movimento comercial, em função dessa data tão especial.

Embora que, é importante uma data para reverenciar esses seres tão especiais? Claro que sim. Mas, mais importante ainda é reconhecer, todos os dias, em todos os momentos e em todas as situações, o papel fundamental das mães. Uma vez que são elas as responsáveis pela continuidade da vida, claro que com a contribuição não menos importante do papel do pai. E que, juntos, pais e mães, têm a grande missão, não de apenas colocar pessoas no mundo, mas de construir pessoas que aprendam o seu papel e a sua importância no mundo, o seu papel e a sua importância na formação da sociedade.

Porém, como estamos no mês de maio, um mês dedicado também às mães, o objeto hoje é falar sobre o papel da mãe na formação da pessoa e na formação da personalidade.

Você sabia que a qualidade da relação entre a mãe e o seu bebê, desde os primeiros dias de vida, é de fundamental importância para determinar a forma como esse bebê, a forma como essa pessoa em construção, vai se relacionar consigo mesmo, a forma como vai se relacionar com as pessoas e a forma como vai se relacionar com o mundo ao seu redor?

Pois é. A qualidade da relação entre a mãe e o seu bebê vai ter grande influência na formação da pessoa, durante toda a sua vida. E vai ter grande influência na forma como a pessoa vai atuar no mundo e com as pessoas, também durante toda a sua vida.

A personalidade de uma pessoa, ou seja, o jeito de ser de uma pessoa, é uma construção pessoal, que ocorre principalmente nos primeiros anos da nossa vida e é um processo dinâmico, que sofre influências de diferentes fatores.

A personalidade é formada a partir da soma dos traços do interior da pessoa, formados a partir dos genes particulares que a pessoa herda dos seus ancestrais, somado com as experiências existenciais singulares que cada pessoa vivencia e somado com as percepções individuais que cada pessoa tem do mundo ao seu redor e com as percepções que cada um tem de si mesmo.

Tudo isso, colocado em um balaio só, é que vai funcionar para tornar cada pessoa um ser único. Cada pessoa um ser único na sua maneira de ser e na forma de desempenhar o seu papel em todos os palcos da vida.

O vínculo entre a mãe e o seu filho, formado desde a gestação e nos primeiros tempos de vida da criança, é a fonte inicial de onde irão se construir, com o passar do tempo, todos os futuros vínculos que irão se estabelecer pela criança e irão influenciar todas as relações a serem formadas durante todo o curso de vida do indivíduo.

Para toda a vida, a força e a qualidade do vínculo formado entre a mãe o seu filho, influenciará na vida da criança, sobre a qualidade de todos os futuros vínculos que serão estabelecidos com as outras pessoas de seu convívio e sobre a sua forma de agir e de reagir nas diversas situações e nos diversos ambientes em que o indivíduo transitar durante toda a sua vida.

O comportamento de apego, surgido na relação entre a mãe e o bebê, além da função de proteção, propicia ao bebê uma série de interações sociais que colaboram para um desenvolvimento saudável da criança, além de lhe proporcionar oportunidades de treinar seus comportamentos sociais e de aprender a lidar com as modificações ocorridas no meio ambiente onde vive.

Assim, é graças a esta proximidade entre a mãe e o seu bebê, que o mesmo terá oportunidades de ver e de explorar o mundo de uma maneira segura, e assim, desenvolver seu cérebro, aprender com os outros de sua espécie, sentir-se parte da espécie e sentir-se seguro, a partir do amor de seus pais.

Quanto mais forte o vínculo inicial entre a mãe e o seu bebê, maior a probabilidade de a criança tornar-se independente no futuro, pois é o apego seguro que permite a criança aventurar-se de maneira confiante no mundo.

A mãe tem uma importância fundamental no processo de formação do vínculo entre a mãe e o bebê, pois a interação não acontece apenas de um dos lados. Tanto a mãe quanto a criança se auto-estimulam, a partir do contato que estabelecem entre eles.

Um vínculo bem formado entre a mãe e o seu bebê, vai proporcionar à criança, sentimentos de segurança e de bem-estar, e por isso, este laço afetivo tem que ser estável e harmônico.

O vínculo entre a mãe e o bebê é de importância vital já para o feto, pois ele precisa se sentir desejado e amado, para propiciar a continuação harmoniosa e saudável de seu desenvolvimento.

Com a maturação, o bebê começará a ter condições de substituir a mãe concreta pela capacidade de recriá-la em suas fantasias e brincadeiras, desde que, tenha sido possível internalizá-la, ou seja, que tenha guardado dentro de seu universo mental uma imagem da mãe, que possa ser relembrada, quando esta não estiver concretamente presente.

Assim, gradativamente, aos poucos, com o passar do tempo, a criança, tendo sido formado esse vínculo de confiança entre ele e a mãe, vai obtendo segurança para criar novas relações, e depois, vai se sentir capaz de explorar o mundo ao seu redor. Processo gradativo, até que esteja pronto para, realmente, construir a sua identidade e a sua independência.

É por essa razão que existe o termo “mãe desnecessária”.

Não porque a mãe torna-se desnecessária na vida da criança, mas porque o indivíduo, a partir do vínculo de confiança estabelecido com a sua mãe, deve sentir-se capaz e confiante, para enfrentar o mundo e os seus desafios, de forma tranquila e equilibrada, acreditando nos seus próprios potenciais.

E assim, a partir do vínculo seguro construído na relação entre a mãe e o seu bebê, esse bebê vai ter a oportunidade de se construir como uma pessoa confiante, saudável e equilibrada, construindo, também de forma confiante, saudável e equilibrada, o seu papel no mundo, construir, de forma confiante, saudável e equilibrada, a sua relação consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo ao seu redor.

Esse é um Trecho do livro

A construção do Psiquismo e os Transtornos da Conduta,

Um livro escrito por mim, em 2013.

Livro que traz uma visão antropológica, psicológica, biológica e evolutiva da construção da personalidade.

Como também, esse livro aborda as falhas e os desvios que contribuem para os diversos transtornos da conduta.

Tudo alicerçado em pesquisas literárias e baseado na ciência.

Se alguém deseja saber mais sobre esse livro e se interessa pelos temas abordados, o mesmo está disponível, entre outras publicações, na Biblioteca Online Vida e Movimento.

Basta procurar nos buscadores a Biblioteca Online Vida e Movimento, na Estante virtual Livros Online.

Pode acessar também a partir do meu site, Gilson Tavares.com. Lá você encontra um link para a Biblioteca Online Vida e Movimento.

Boa leitura.

Gilson Tavares,

Psicanalista Clínico e Organizacional