Inteligência Emocional em Tempos de Crise – Parte II

 

No artigo anterior, falamos um pouco sobre algumas das tantas crises que vivenciamos atualmente. Mas também vimos que crises sempre fizeram e que fazem parte da vida, que o que faz a diferença é a forma como as enfrentamos.

Falamos que uma crise pode ser vista como uma ocasião de crescimento, levando à criação de novas atitudes, novos comportamentos, novos conhecimentos, novos equilíbrios. Para isso, torna-se necessário partir para a ação, quebrar paradigmas, sair da zona de conforto, agir com atitude de desafio e prudência, ver a crise como oportunidade de aprendizado e de crescimento, construir equilíbrio emocional.

Diante de uma crise, podemos pensar sobre um provérbio indiano que diz o seguinte “Mar calmo não faz bom marinheiro” e também sobre o que diz o sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, quando diz “As certezas são uma ilusão e viver é navegar em um mar de incertezas”.

Esses pensamentos nos levam a pensar sobre um conceito bem atual sobre o momento que o mundo está vivendo. Estamos falando de um conceito chamado Mundo VUCA, que apresenta o mundo como sempre em mutação, cheio de incertezas, complexo e com muitas ambiguidades.

Talvez, esse conceito não pretenda mostrar um novo mundo. Pois, incertezas, necessidade de mudanças e busca de respostas estão presentes em qualquer crise, seja ela qual for. O que esse conceito, Mundo VUCA, nos mostra é a necessidade de buscar novas formas de enxergar e de agir no mundo, com a construção de novas competências e de novas atitudes.

Afinal, o mundo muda o tempo todo e muda rápido. A incerteza está cada vez mais presente em tudo, sobretudo nas mudanças. O mundo está cada vez mais complexo, interligado e interdependente, não existindo respostas prontas para nada e sim, várias respostas, que podem ser convergentes ou divergentes entre si.

Esse contexto exige constantes recomeços; construção de novas formas de enxergar e de agir no mundo; compreensão de novas necessidades; criação de novos processos, como também a busca de novos conceitos, novos significados e novos propósitos.

Sendo assim, para enfrentar todas essas crises e exigências do mundo atual, cada vez mais, pessoas e organizações precisam reinventar-se, adaptar-se, desenvolver novas habilidades e novas competências, investir em aprendizado constante e continuado, como única forma de sobrevivência.

Nessa empreitada, na construção de novas habilidades e de novas competências, que contribuirão para o enfrentamento de todos os desafios impostos pelas crises, dois conceitos devem servir de alicerce para toda e qualquer atitude. São eles a Ética e o Equilíbrio Emocional.

A Ética sempre em primeiro lugar, porque, como disse recentemente o filósofo Mário Sérgio Cortella, “Sem ética não existe futuro”. A ética é o que deve nortear as nossas atitudes, no sentido de filtrar o que queremos fazer, de acordo com o que devemos fazer e sempre de acordo com o que podemos fazer. Seguindo esse critério, as nossas atitudes certamente serão mais acertadas e mais coerentes.

Depois de cumprir o quesito Ética, o quesito Equilíbrio Emocional deve ser o fator norteador de todas as nossas atitudes, de todas as nossas respostas às provocações e exigências do mundo ao nosso redor.

Agindo assim, podemos até não evitar as crises, pois não sei se isso é possível, mas certamente podemos enfrentar todas elas com mais equilíbrio e com mais chances de obter êxito em qualquer empreitada.

Ética e Equilíbrio Emocional, pratique essa ideia.

Um abraço e até a próxima publicação.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Consultor em Gestão Comportamental

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