Praticando a empatia no seu dia-a-dia

 

Vimos na publicação anterior a falta que a empatia faz, o estrago que a falta da empatia faz nas relações entre as pessoas, o estrago que a falta de empatia faz na vida em sociedade.

E hoje, vamos abordar novamente a importância da empatia para a vida em sociedade, dessa vez falando sobre como podemos e devemos praticar a empatia no nosso dia-a-dia, no nosso cotidiano, nas nossas atividades diárias, em todos os momentos dos nossos dias.

A Empatia é um comportamento que podemos e devemos praticar em todos os momentos, em todas as situações e com todas as pessoas das nossas relações, que sejam no âmbito pessoal, familiar, social, profissional, etc.

Praticar a empatia significa adquirir a capacidade de pensar como gostaria de ser tratado, se estivesse na posição do outro.

No nosso dia-a-dia podemos seguir umas regrinhas simples, mas que nos ajudarão a construir relacionamentos mais empáticos e certamente, iremos perceber a diferença nos resultados obtidos.

Veja algumas dessas regrinhas:

Aprender a escutar as pessoas.

Ouvir sem julgar – você não vive a vida do outro para saber os motivos do outro.

Não ter as respostas para os problemas das pessoas – cada um sabe aonde o sapato aperta.

Aceitar as limitações das pessoas – até porque todos nós temos também as nossas limitações.

Praticar a flexibilidade – os seus desejos e as suas opiniões nem sempre têm que ser atendidos.

Praticar a tolerância – você pode pensar que não, mas muitas vezes as pessoas estão fazendo o seu melhor.

Praticar o respeito ao outro – respeitar a opinião do outro, respeitar o jeito de ser e de pensar do outro, respeitar as escolhas do outro, respeitar o jeito do outro viver a sua vida.

Tentar ver as coisas do ponto de vista da outra pessoa – por que o seu ponto de vista precisa ser sempre o mais acertado?

Não deduza, pergunte – deduzir sem perguntar tem sido a fonte de muitos desentendimentos, distanciamentos e até de confrontos. As palavras podem significar muitas coisas e é a nossa interpretação delas que lhes darão o significado.

Crie conexão com as pessoas – aproxime-se das pessoas, procure conhece-las e se deixe conhecer.

Pratique mais a gentileza. A prática da gentileza anda de mãos dadas com a prática da empatia.

A prática da gentileza é um comportamento natural para as pessoas que desenvolvem o sentimento de Empatia. Enquanto a Empatia é o exercício de compreender o outro, com todas as suas diferenças, necessidades e limitações, a gentileza é o exercício de transformar em atitudes o sentimento de empatia em relação ao outro. E isso é uma atitude que pode e deve ser praticada em todas as situações e em todos os momentos.

Praticar a gentileza é antes de qualquer coisa praticar o respeito ao outro, procurar perceber os sentimentos e as necessidades do outro e ter atitudes que possam contribuir para que essas necessidades possam ser atendidas ou pelo menos amenizadas.

Isso você pode praticar no trânsito, na fila do supermercado, na fila do banco, andando na rua, na sua casa, em todos os lugares e ocasiões do seu dia-a-dia.

Praticar a gentileza é essencialmente praticar o respeito ao outro e às necessidades do outro, e na maioria das vezes, essa prática nem exige tanto esforço. Basta percebermos que um gesto simples da nossa parte pode facilitar a vida do outro, como por exemplo:

Quando paramos no trânsito para facilitar uma manobra de outro motorista.

Quando cedemos a vez em uma fila de supermercado ao vermos alguém apressado ou que suas compras não farão diferença no tempo de atendimento.

Quando na nossa função profissional podemos contribuir para facilitar ou agilizar um procedimento para alguém.

São muitas as oportunidades que temos no nosso dia-a-dia para praticarmos a gentileza, e certamente essa prática não apenas melhorará o dia a vida das pessoas para as quais exercemos essa prática, mas também a nossa vida e o nosso mundo também ganhará um sentido de mais satisfação e de mais felicidade.

Procure praticar essas regrinhas simples no seu dia-a-dia e perceba como a sua vida e o seu mundo irão ganhar, em qualidade de vida e em satisfação de viver.

Pratique sem moderação!

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

A falta que a empatia faz

 

Você sabe o que é a empatia?

Você sabe realmente o que é praticar a empatia?

Você sabe como a falta de empatia impacta as relações entre as pessoas?

Você sabe como a falta de empatia contribui para construção de uma sociedade adoecida, como temos visto em tantos exemplos a cada dia?

A cada dia nem somos mais surpreendidos pelos noticiários, com casos diários de feminicídios, casos de latrocínios, casos de agressões por fanatismos, casos de agressões por motivos banais. Entre tantos outros motivos que têm na sua essência a falta de empatia pelo outro.

Costumamos ouvir que empatia é se colocar no lugar do outro.

Sabemos que isso é impossível. Ninguém se coloca de verdade no lugar do outro. A dor é do outro. O sofrimento é do outro. O problema é do outro.

Na verdade, praticamos a empatia quando aprendemos a enxergar o outro.

Praticamos a empatia quando aprendemos a compreender o outro.

Praticamos a empatia quando aprendemos a respeitar o outro.

E é por essa razão que podemos dizer, sem medo de errar que, entre tantas outras causas, a falta de empatia está na raiz dos principais males que vemos hoje na sociedade.

A falta de empatia é o que produz tantos narcisistas, que só conseguem enxergar o seu próprio mundinho, e são totalmente alienados em relação à existência de tantos outros que vivem tantas dificuldades.

Dificuldades essas que incluem o desemprego, a miséria, a falta de moradia, a falta de um prato de comida, a falta de dignidade.

Enfim, a falta de condições para se ter uma vida com um mínimo de recursos que lhe permita viver com um mínimo de dignidade.

O ser humano é um ser Bio-Psico-social. O que isso significa? Que o ser humano é um ser biológico, psicológico e social. E que precisa ter esse tripé construído com um mínimo de condições para que tenha uma vida que valha a pena.

Como ser biológico, ser psicológico – emocional e ser social, o ser humano precisa de alimento que que lhe mantenha vivo. Mas precisa também de sentimento de segurança, sentimento de acolhida, sentimento de pertença, oportunidade para que possa construir a sua própria vida, espaço de convivência saudável com outros seres humanos.

Novamente, a empatia precisa estar presente nesse contexto.

A falta de empatia faz com que encontremos tantos que acreditem de verdade que apenas eles, e alguns outros que façam pare do seu mundinho, têm direito à tudo o que o mundo possa lhes oferecer, e que, outros que não façam parte do seu mundinho, ou do seu cercadinho, tenham suas necessidades  satisfeitas com as migalhas que restem dos seus pratos. Metaforicamente e literalmente falando.

A falta de empatia é o desprezo pelo outro.

A empatia faz falta quando não conseguimos enxergar o outro.

A empatia faz falta quando não conseguimos enxergar a necessidade do outro.

A empatia faz falta quando não conseguimos compreender o outro.

A empatia faz falta quando não aceitamos a escolha do outro.

A empatia faz falta quando não respeitamos o outro.

A empatia faz falta quando tomamos o lugar do outro em uma fila de banco.

A empatia faz falta quando tomamos o lugar do outro em uma fila de supermercado.

A empatia faz falta quando tomamos o lugar do outro em uma fila de padaria.

A empatia faz falta quando paramos em fila dupla, para que um do nosso mundinho não ande alguns passos, mesmo que isso implique em transtorno para todos os outros que estejam no trânsito.

 A empatia faz falta quando fazemos ultrapassagens em local perigoso, colocando a nossa vida e a vida de outros em risco em razão da nossa idiotice.

A empatia faz falta quando deixamos carrinho de supermercado espalhado no estacionamento, não tendo o mínimo de respeito para com outros que também precisam estacionar.

A empatia faz falta quando julgamos o outro e as suas escolhas.

A empatia faz falta quando somos intolerantes com o outro.

A empatia faz falta quando não compreendemos o ponto de vista do outro.

A empatia faz falta quando acreditamos que temos mais direitos que o outro.

A empatia faz falta quando não conseguimos enxergar o outro como alguém semelhante a nós mesmos.

A empatia faz falta quando não conseguimos enxergar o outro que, como nós, também tem suas necessidades.

A empatia faz falta quando não conseguimos enxergar o outro que, como nós, também tem suas opiniões.

A empatia faz falta quando não conseguimos enxergar o outro que, como nós, também tem seus desejos.

A empatia faz falta quando não conseguimos enxergar o outro que, como nós, também tem suas aspirações.

A empatia faz falta quando não conseguimos enxergar o outro que, como nós, também tem seus sonhos.

Falei logo no início que, o que vemos atualmente, até de formas repetidas diariamente, são exemplos de uma sociedade adoecida.

E talvez, entre tantas coisas que precisamos colocar em prática para construir uma sociedade saudável, a prática da empatia seja o alicerce para essa construção.

Não podemos mudar o mundo. Mas podemos mudar a nós mesmos, e isso já basta.

Faça a sua parte. Coloque mais a prática da empatia no seu dia-a-dia.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas