O olhar – algo
aparentemente tão simples e tão desmerecedor de um OLHAR mais profundo sobre si
mesmo. Mas, ao mesmo tempo, esse olhar pode mudar todo um contexto, toda uma
história, toda uma vida.
É o olhar, ou melhor, a
formar de olhar para uma situação, para o mundo ao redor e para si mesmo, que
determina a forma como vamos atuar nessa situação e no mundo ao nosso redor.
Essa constatação, tão
simples aparentemente, faz uma enorme diferença, quando paramos para analisar
as nossas atitudes, e a forma como temos lidado com nós mesmos e com as pessoas
do nosso convívio. É a interpretação que damos as situações o que nos leva a
agir e a dar respostas a essa situação, o que, não poucas vezes, essa
interpretação fica bem distante da verdadeira realidade.
Não é tão raro, e não
sei se alguém consegue passar pela vida sem que isso lhe tenha acontecido pelo
menos algumas vezes, que as respostas e a forma como atuamos nas situações e
provocações que a vida coloca no nosso caminho, quando temos a coragem de
avaliarmos os resultados obtidos com as nossas atuações, percebemos que não
precisávamos realmente termos agido como agimos ou, no mínimo, que a resposta
foi desproporcional ao que a situação merecia.
Voltamos ao olhar, e a
importância de aprendermos a conhecer mais sobre o nosso olhar. Sim, ao nosso
olhar. Porque é ele que faz toda a diferença nas nossas atitudes. É a interpretação
que damos ao nosso olhar que determina de forma quase que automática, as nossas
atitudes, e nem sei se esse “quase” realmente existe, Daí, a grande importância
de conhecermos mais profundamente o nosso olhar, ou a forma de como
interpretamos o nosso olhar. A isso,
podemos chamar de caminho do autoconhecimento.
Somente quando temos a
coragem de analisarmos as respostas que temos obtido da vida é que podemos
saber mais sobre nós mesmos, sobre os nossos sentimentos e emoções, e sobre as
atitudes que produziram os tais resultados. Equação necessária - se queremos
produzir resultados que sejam mais satisfatórios e que estejam de acordo com o
que desejamos para a nossa vida.
Da mesma forma,
precisamos ter cuidado quando olhamos para o outro, e queremos saber desse
outro. Ora, só quem pode saber desse outro, é ele mesmo. No máximo, o que
temos, é o nosso olhar sobre esse outro. O nosso olhar, e, se é o nosso olhar,
logo, a interpretação desse olhar também é nossa. Ninguém pode sentir o
sentimento do outro; ninguém pode sentir a dor do outro; ninguém pode saber a
verdade do outro. Só ele mesmo pode saber a sua verdade.
Cada ser é único – único
na sua história de vida, único nas suas experiências vividas, único nas suas
expectativas e sonhos. E é por isso que precisamos ter cuidado para não
querermos impor ao outro o nosso olhar sobre a vida que é dele, e não nossa.
Nos constituímos um
“SER” na relação com o outro, como já dizia Vygotsky, grande pensador russo do
início do século passado. Podemos assim pensar que também o outro se constitui
um “SER” na relação com o seu outro, que sou “EU”. No que podemos também
perceber que o olhar que temos sobre nós mesmos e sobre esse outro é de
relevante importância para a construção de uma relação saudável e harmoniosa.
Principalmente, a interpretação que temos desse olhar.
Portanto, vamos buscar
formas de aprender mais sobre o nosso olhar, sobre nós mesmos e sobre o outro.
Um abraço e até a
próxima publicação.
Gilson Tavares
Psicanalista Organizacional
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