LIBERDADE OU DITADURA DISFARÇADA?

 
Nunca se falou tanto em liberdade como nos últimos tempos: liberdade de expressão; liberdade de opinião; liberdade de escolhas; liberdade de ações, entre tantas outras liberdades.
Porém, até que ponto pode-se falar em conquista da liberdade, quando essa liberdade atropela a liberdade do que pensa diferente?
Na prática, o que vemos é que nunca se falou tanto em liberdade, ao mesmo tempo quê também nunca se restringiu tanto a liberdade.
Atualmente, vive-se de acordo com os preceitos ditados por uma ditadura disfarçada, que podemos chamar de “politicamente correto”, onde qualquer opinião ou atitude que seja considerada politicamente incorreta pela mídia ou pela moda é apressadamente classificada de preconceituosa, quando não condenada como criminosa.
Fala-se tanto em tolerância, mas nunca tivemos tanta intolerância quanto nos dias atuais, quando ninguém tem mais o direito de ter opinião formada sobre nada, a não ser que essa opinião seja de acordo com o politicamente correto, ditado pela mídia ou pelos modismos.
Vivemos em uma lei do silêncio, imposto por essa ditadura disfarçada, onde não se pode mais emitir nenhuma opinião, que seja na esfera da política; na esfera dos valores morais ou éticos; na esfera sexual; e até na esfera familiar, que sempre foi visto como um espaço inalienável, vivendo de acordo com as suas crenças e costumes, e que têm hoje esse espaço totalmente invadido e manipulado.
 A palavra de ordem da atualidade é a “DESCONSTRUÇÃO”. Desconstrução de valores, de crenças, de costumes, etc. Como se tudo o que a sociedade tivesse construído até hoje já não valesse mais e tudo tivesse que ser modificado, e o pior, não considerando a liberdade de escolha de todos, mas de grupos e tribos.
Respeito é o que mais se cobra e que está na boca de todos os que vêm na desconstrução e nas mudanças de valores, costumes e crenças o caminho para a construção da igualdade, só que, salvo pequenos exemplos, esse respeito só existe na primeira pessoa – ou seja – o mesmo que cobra o respeito à sua opinião, não considera que o outro também deveria ter o mesmo respeito para a sua própria opinião.
Não se pode mais emitir opinião ou escolha - que seja na política, na sexualidade, nos costumes, e até nas coisas mais simples, pois, se for contrário às ideias vigentes, será logo censurado, taxado de preconceituoso ou até mesmo de imbecil, por não comungar com a opinião imposta como verdade absoluta. Quando tiver sorte em não ser enquadrado em alguma lei e ser considerado um criminoso!
E o resultado de tudo isso? O vazio existencial que vemos em grande parte da população, principalmente dos mais jovens, que sedentos de sentido e de objetivos para as suas vidas, buscam preencher os seus vazios existenciais e as suas dificuldades emocionais engajando-se em verdadeiras guerras contra tudo o que acreditam ser contrário aos seus ideais, que em grande parte são desejos imediatistas e mutáveis, buscando formas não raramente extremadas e atitudes sem o mínimo de equilíbrio, para cobrar e exigir o seu direito à suas opiniões e escolhas, mas desconsiderando totalmente as opiniões e as escolhas do outro.
Respeito e Empatia – são apenas duas palavras, mas que se forem realmente colocadas em prática, podem fazer toda a diferença. Empatia como a capacidade de olhar para o outro como alguém igual a si mesmo. Mas que ao mesmo tempo tão igual e tão diferente. Respeito a si mesmo e ao outro, com as suas semelhanças e diferenças.
Um abraço e até a próxima publicação.
 


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