Impactos e consequências da personalidade abusiva no relacionamento afetivo

 

A princípio, podemos dizer que a função mais importante de um relacionamento é proporcionar paz, segurança, harmonia, bem-estar.

Um relacionamento não deve ser para ninguém completar ninguém. Todos nós já somos inteiros e completos.

Um relacionamento deve ser a oportunidade de compartilhar a vida com alguém. A oportunidade de compartilhar afinidades.

Um relacionamento deve ser construído tendo como alicerce principal o respeito, a reciprocidade, a admiração e o amadurecimento de cada um dos que sem envolvem em um relacionamento afetivo conjugal.

Em um relacionamento afetivo, as partes devem se alegrar pelas conquistas do outro, e também contribuir para as conquistas do outro. Afinal, em um relacionamento, embora é essencial que cada um mantenha a sua vida individual, os seus projetos e sonhos individuais, é importante também que cada um contribua para o crescimento do outro e assim, para o crescimento e amadurecimento do relacionamento em si.

Se assim não for, que outra razão poderia haver para se manter um relacionamento afetivo conjugal?

Um relacionamento que ao contrário, seja construído na falta de respeito, na manipulação, na agressividade, que seja agressividade física, psicológica ou emocional, na falta de paz e harmonia, deve ser avaliado sobre quais as razões para a existência desse relacionamento.

Por essa razão, devemos ter muita atenção em relação sobre quem vamos colocar para compartilhar a vida ao nosso lado.

A pessoa que escolhemos para compartilha a vida ao nosso lado pode contribuir para  construção de uma vida de equilíbrio, realização e satisfação, ou pode contribuir para a destruição da nossa vida.

Sendo assim, é essencial que, antes de nos envolvermos com alguém, tenhamos o cuidado de conhecer melhor esse alguém, saber mais sobre quem esse alguém é de verdade e não apenas o que esse alguém demonstra ser.

Até porque, só podemos saber realmente quem são as pessoas se nos dermos a oportunidade de observarmos as pessoas, em várias ocasiões, em vários ambientes, em várias situações, e observarmos como essa pessoa se comporta nessas várias ocasiões, ambientes e situações.

Principalmente observarmos como essa pessoa trata as outras pessoas, em diversas ocasiões, ambientes e situações.

E analisarmos se é isso o que queremos para a nossa vida.

Vejamos alguns comportamentos que indicam uma pessoa ser uma pessoa abusiva ou potencialmente agressiva.

São impulsivas.

Descontam suas raivas em objetos ou animais.

São vazias emocionalmente ou excessivamente emocionais.

Têm acesso de raiva constante e sem motivo.

Tudo é motivo para uma discussão.

São muito ciumentos e possessivos.

São manipuladores e controladores, disfarçados de superproteção.

São muito críticos.

Seu ponto de vista sempre tem que ser o visto como correto.

Querem mudar as outras pessoas

Fazem ou cobram constantes provas de amor

Tentam isolar a pessoa dos familiares e amigos

Tentam fragilizar a outra pessoa, pra poder exercer o poder sobre ela.

Tentam culpar os outros pelos seus atos. Mesmo quando são violentos, dizem que a culpa é do outro.

Faz ameaças e chantagens para conseguirem o que querem.

Não ignore os sinais. Lembre-se que um relacionamento saudável deve lhe fazer sentir bem.

Do contrário, não espere as coisas ficarem mais difíceis para poder tomar providências.

Não permita que a carência, o medo ou o sentimento de culpa pelo desequilíbrio do outro, lhe mantenha preso ou presa na armadilha de uma relação abusiva.

Não permita que ninguém assuma o controle da sua vida.

Você é o responsável ou a responsável direto pela forma como conduz a sua vida e pelo seu bem-estar.

Se você deseja saber mais sobre o assunto, escute as participações dos dias anteriores, entrando no site gilsontavars.com, na aba Dicas de inteligência comportamental.

No site gilsontavares.com, você encontra também uma cartilha com o título “Relações abusivas – Manual de sobrevivência”.

Você pode ler online, você pode baixar e você pode compartilhar.

Acesse o site e escute ou leia tudo o que interessa a você.

Gilson Tavares

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

Psicanalista Clínico e Organizacional

Elementos básicos e atitudes assertivas na negociação de conflitos

 

Na crônica anterior, falamos sobre o porquê dos conflitos, sobre como começa os conflitos e sobre como evolui os conflitos, quando não buscado uma saída negociada para os mesmos.

Dando continuidade ao assunto, hoje vamos falar sobre os elementos básicos e as atitudes assertivas que contribuem para a negociação de conflitos.

A negociação está presente todo o tempo, tanto na vida pessoal de cada pessoa, quanto também na vida em coletividade, na vida em sociedade, nas relações entre as pessoas, nas relações entre os grupos e nas relações entre as nações.

Desde os primórdios da humanidade, o homem aprendeu que para sobreviver necessita conviver em grupo e, assim, fazer algumas concessões: partilhar, barganhar e buscar soluções e alternativas para problemas em comum, como também soluções para situações de conflito.

A negociação é um processo natural pelo qual todos passam. Todo ser humano em algum momento da vida, se viu frente a uma situação que exigiu algum tipo de negociação. Porém, deve estar claro que nenhuma negociação é igual à outra, visto que seu objeto principal, o ser humano, apresenta características e comportamentos que o tornam diferente do outro. 

Como o surgimento do conflito é quase inevitável, pelas diferenças de visão dos fatos, do contexto, pelos diferentes objetivos e interesses – das pessoas, dos grupos e das nações, se faz necessário a busca de solução dos mesmos, de forma que todas as partes envolvidas tenham a oportunidade de serem ouvidas, de serem compreendidas, e tenham as suas necessidades atendidas, mesmo que não na sua totalidade.

Para que isso seja possível, é necessário também que os envolvidos tenham a capacidade e a habilidade de perceber não apenas os seus interesses e as suas necessidades, mas também os interesses e as necessidades do seu oponente, e assim, tornar possível a busca de soluções que atendam ambas as partes, mesmo que não na sua totalidade, visto que, muitas vezes, é necessário ceder em algum ponto para que a negociação possa avançar.

A principal vantagem da resolução de um conflito pela negociação é a construção de um relacionamento favorável e duradouro entre as partes, o que só ocorre se elas conseguirem separar as pessoas dos problemas, se focarem nos seus interesses reais, em vez de focarem nas suas posições, se não criarem barreiras intransponíveis à comunicação, se buscarem opções que satisfaçam a todos os lados envolvidos, mesmo que parcialmente.

A reciprocidade é a base para acordos importantes e vantajosos para ambas as partes envolvidas no conflito.

Pontos fundamentais na escolha da negociação, para a busca da solução do conflito, é saber o quanto é importante o resultado a ser obtido com a negociação e saber o quanto é importante o relacionamento passado, presente e futuro com o oponente.

Importante também é analisar as causas e os processos que contribuíram para o surgimento e para o desenvolvimento do conflito.

Importante também Identificar os elementos básicos do processo de negociação, que permitam discutir as possibilidades de resolução do conflito.

Importante também ter a noção de que, negociação é o processo pelo qual as partes se movem de suas posições divergentes, até um ponto no qual o acordo possa ser obtido.

Ou seja, em uma situação de conflito, para que seja possível a busca de uma solução negociada, é necessário que todas as partes envolvidas façam concessões, que todas partes envolvidas saiam das suas posições rígidas, que sejam flexíveis, e que se movam na direção dos interesses mútuos. Só assim pode ser encontrado um acordo que satisfaça a ambas as partes.

A mentalidade de se levar vantagem em tudo, de querer impor a outra parte os seus interesses e objetivos, mesmo que seja pelo uso da força, de não considerar as necessidades da parte oponente, geralmente destrói o relacionamento e abala a chance de reconstrução do relacionamento, tanto no  médio quanto no longo prazo;

A negociação ganha-ganha, quando se busca atender as necessidades de todas as partes envolvidas, mesmo que seja de forma parcial, é o único caminho para a construção de relacionamentos duradouros.

São passos essenciais para a solução de um conflito:

Esclarecer as questões que contribuíram para o surgimento e para a evolução do conflito.

Esclarecer em que ponto as partes envolvidas se encontram em relação ao conflito.

Esclarecer qual a visão das partes, em relação ao conflito e em relação às causas do conflito.

As partes devem produzir e avaliar soluções possíveis.

As partes devem ser flexíveis em relação a pontos secundários, de menor importância.

As partes devem apresentar soluções ganha-ganha.

Cada parte aponta o que considera solução possível.

As partes avaliam juntas as soluções apresentadas.

As soluções apresentadas precisam atender aos interesses e objetivos de ambas as partes, mesmo que parcialmente.

As partes, em comum acordo, devem decidir sobre a solução mais aceitável para ambas as partes.

As partes devem planejar como a solução será executada, identificando possíveis problemas em potencial na execução da solução encontrada, e incluir no acordo os passos para tratar os problemas surgidos.

Os fatores decisivos para a negociação de uma situação de conflito deve ser :

O respeito de ambas as partes.

A abertura para o diálogo

A Identificação das necessidades das partes envolvidas.

A clareza nas causas do conflito.

A clareza nos interesses e objetivos das partes.

A honestidade, de ambas as partes.

E claro, o desejo de querer realmente resolver o conflito por meio da negociação.

Gilson Tavares

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

Psicanalista Clínico e Organizacional