Maturidade Espiritual

 

Estamos vivendo, segundo o cristianismo, o período da quaresma.

Período de preparação que antecede a Páscoa, segundo a tradição cristã.

Também segundo a tradição cristã, a quaresma deve ser um período de penitência, de jejuns, de prática da caridade, de oração, de reflexão.

Dentro desse contexto, o período da quaresma também deve ser um período de autoavaliação, de avaliação das escolhas, de avaliação das atitudes, de avaliação de como estamos lidando com o mundo e com as pessoas, e principalmente, um período de mudanças, de crescimento pessoal, de crescimento espiritual.

Se bem que, a prática da caridade, da oração, da reflexão e a busca do crescimento pessoal e espiritual não deve ser apenas no período da quaresma, e sim, uma prática diária.

Mas, falando em crescimento espiritual, você sabe o que é maturidade espiritual?

Religiosidade e Espiritualidade são a mesma coisa?

Não necessariamente.

Religiosidade diz respeito à ligação e ao envolvimento com alguma crença religiosa.

Espiritualidade diz respeito à ligação com algo superior, independente de qual seja a crença religiosa, ou até mesmo com a ausência de alguma crença religiosa.

Viver a religiosidade tem a vê com a prática de atitudes e experiências que tenham relação com os dogmas da crença religiosa praticada.

Viver a espiritualidade tem a vê com a prática de atitudes e experiências que levem em consideração à pluralidade, inclusive com a pluralidade de crenças religiosas.

Praticar a espiritualidade é buscar não uma conexão com alguma crença religiosa, mas a conexão com o mundo ao redor, conexão com as pessoas ao redor, conexão com a natureza, conexão com todos os seres vivos, conexão com o universo.

Não sei se adianta alguma coisa você ser uma pessoa altamente religiosa, está todo dia aos pés de um altar, seja qual for a sua religião, se as suas atitudes agridem ou machucam outras pessoas. Se as suas atitudes fazem mal à alguém ou ao mundo ao seu redor.

Até porque, se formos pesquisar, as maiores atrocidades já praticadas pela humanidade, ao longo da sua história, foram praticadas em nome de alguma religião. Principalmente quando se misturou poder com religião.

E o que é praticar a espiritualidade?

Praticar a Espiritualidade é praticar a empatia.

É praticar a compreensão do outro.

Praticar a compreensão da dor do outro.

Praticar a compreensão das necessidades do outro.

Principalmente, procurar, dentro das próprias possibilidades, amenizar a dor do outro.

Praticar a Espiritualidade é praticar o respeito.

Praticar o respeito ao diferente.

Praticar o respeito ao que pensa diferente.

Praticar o respeito as diferenças de opinião.

Praticar o respeito às diferenças religiosas, às diferentes crenças religiosas.

Praticar a Espiritualidade é praticar a gentileza.

É adquirir práticas que possam facilitar a vida do outro.

É desenvolver a civilidade nas atitudes.

É adquirir práticas que respeitem o espaço do outro.

É ter atitudes civilizadas nos espaços públicos.

Praticar a Espiritualidade é praticar a gratidão.

Praticar gratidão e aprender a agradecer mais e reclamar menos.

Praticar gratidão e aprender a reconhecer o que de bom a vida coloca no seu caminho.

Praticar gratidão e aprender a reconhecer o que de bom as pessoas ao seu redor fazem.

Praticar gratidão é sempre buscar um motivo para agradecer.

Praticar a Espiritualidade é praticar o perdão.

Praticar o perdão é em primeiro lugar perdoar a si mesmo.

Perdoar a si mesmo pelos erros cometidos e pelas escolhas erradas.

Sabendo que, somos a pessoa que somos, também graças aos erros que cometemos, também graças as escolhas que fizemos.

E principalmente, graças ao que aprendemos com os erros que cometemos.

Aprendendo a perdoar a si mesmo, também aprendemos a perdoar as pessoas ao nosso redor, a perdoar as pessoas do nosso convívio.

Praticar a espiritualidade é aprender a viver de forma mais leve

Viver de forma mais leve é aprender a deixar o passado no passado.

Viver de forma mais leve é aprendendo a valorizar o que realmente importa.

Viver de forma mais leve é aprender a não se importar com o que não vale a pena.

Essas foram apenas algumas pequenas reflexões sobre o que é maturidade espiritual, mas que, se você colocar em prática, pode ser um caminho para o seu crescimento espiritual.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

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