Psicopatia – sinais precoces de alerta

 

Nas crônicas anteriores, falamos aqui sobre as principais características da psicopatia e falamos sobre o psicopata no cotidiano.

Hoje, vamos voltar a falar sobre o tema, dessa vez falando sobre alguns sinais de alerta que merecem preocupação, em alguns comportamentos que podem ser indícios de uma personalidade psicopática.

A Personalidade Sociopática, que é o termo utilizado quando ainda não se pode chamar de personalidade psicopática, também pode ser denominado de Desordem de Personalidade Antissocial, e é um desvio de personalidade cuja característica essencial é um padrão constante de desrespeito, ou uma violação dos direitos de outros, que geralmente começa na infância ou início da adolescência e continua na idade adulta.

A personalidade antissocial, geralmente, se apresenta como uma série de desvios de conduta antes dos 15 anos de idade, e apresenta as seguintes características:

A incapacidade de se adaptar às normas sociais.

Desafio à autoridade dos pais e dos professores

Mentiras repetidas, para obter algo ou apenas por puro prazer.

Pequenos furtos

Destruição de objetos de terceiros ou de patrimônio público.

Maltrato com animais

Comportamentos que infligem Leis, normas ou regulamentos.

Repetição de atos que são motivos para prisão.

Impulsividade

Irritabilidade e agressividade por coisas banais

Atos de vandalismo

Envolvimento em agressões físicas e brigas repetidas

Desrespeito e imprudência pela própria segurança e pela segurança de outras pessoas.

Irresponsabilidade constante em relação às suas obrigações, que sejam em casa, na escola, etc.

Irresponsabilidade em relação à questões financeiras.

Falta de remorso, em relação às mentiras, à prejuízos causados, aos roubos, aos maltratos ou às agressões às pessoas ou à animais.

Crianças sociopatas, mesmo que seja considerado um tema tabu, em razão de muitos não quererem aceitar a ideia da existência de crianças perversas, manifestam, desde cedo, tendências e comportamentos que são altamente indicativos de seu distúrbio.

Por exemplo, eles são aparentemente imunes à punição dos pais.

Nada funciona para alterar seu comportamento indesejável e frequentemente, causam grandes desgastes familiares o que, muitas vezes, levam os pais a desistirem deles, como única forma de se preservarem em relação às suas agressões.

A convivência com uma pessoa portadora de um transtorno de conduta, principalmente a convivência familiar, pode se tornar algo tão desgastante e insuportável que, em minhas próprias experiências, nos vários lugares em que acompanhei pessoas portadoras de transtornos os mais diversos, certa vez, escutei da mãe de um rapaz que eu fazia acompanhamento terapêutico, nas próprias palavras dela dizendo que “Graças a Deus o filho dela tinha sido assassinado”, como resultado dos seus comportamentos agressivos e pelo seu envolvimento com drogas, o que causava grande sofrimento, e até situações de agressões, aos seus familiares.

Ouvir uma mãe se dizendo aliviada pela morte do filho, mostra o quanto pode ser destrutivo a convivência com alguém com um transtorno da conduta, como a sociopatia.

Na maioria dos casos, os distúrbios da conduta, como no caso das personalidades sociopáticas,  acontece a incidência de abuso de drogas e o alcoolismo.

Essa associação, um transtorno de personalidade juntamente com o envolvimento com o uso de drogas e de álcool, piora os aspectos dos comportamentos sociopáticos.

A psicopatia não tem cura, e muitos especialistas acreditam que nem tratamento terapêutico é possível.

Em primeiro lugar, terapia pressupõe que o paciente consiga estabelecer vínculos com o terapeuta, uma relação de confiança e fale a verdade.

Os psicopatas não estabelecem vínculos verdadeiros nem falam a verdade.

E também, o que leva alguém a procurar um terapeuta é, principalmente, a busca de uma forma melhor de lidar com alguma situação que lhe causa algum sofrimento.

O psicopata não sofre, ele só causa sofrimento às outras pessoas.

Sendo assim, terapia não tem um efeito verdadeiro com eles.

Nas minhas experiências com terapeuta, já fiz acompanhamento em diversas casas de acolhimento à pessoas com graus diversos de transtornos de personalidade.

Porém, apesar de acolher essas pessoas, o meu principal foco sempre foi o de acolher as pessoas ao seu redor, os seus familiares, com o objetivo de proporcionar à essas pessoas formas de conviver com a situação com o mínimo de sofrimento possível e formas de se protegerem das agressões, principalmente das agressões psicológicas e emocionais, causadas pelo seu familiar afetado pelo transtorno em questão.

E como já falei antes, a única coisa saudável e segura que se pode fazer diante de uma pessoa com personalidade psicopática é se afastar dela, o mais rápido possível e para o mais longe possível.

Quando isso não é possível, é preciso aprender formas de se proteger e de conviver com a situação.

No meu site, www.gilsontavares.com, na aba de testes comportamentais, você encontra um Teste de Grau de Psicopatia, baseado no teste desenvolvido pelo Dr. Robert Hare, psiquiatra canadense, uma das maiores autoridades do mundo no assunto.

Nesse teste, você pode identificar um grau percentual de características psicopáticas da pessoa analisada.

O teste é totalmente online e gratuito.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

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