Dando continuidade ao tema da crônica anterior, quando falamos sobre as principais características da psicopatia, hoje vamos aprofundar um pouco mais sobre o tema da psicopatia, dessa vez falando sobre os psicopatas no cotidiano.
Os psicopatas, ou sociopatas, são caracterizados pelo desprezo pelas obrigações sociais e por uma falta de consideração com os sentimentos dos outros.
Sob o ponto de vista intelectual, os psicopatas são como as pessoas normais.
Psicopatas são inteligentes, são envolventes, não costumam levantar a menor suspeita de quem realmente são.
Podemos encontrá-los disfarçados de religiosos, políticos, amigos e até amantes, porém, visam apenas o benefício próprio e têm como objetivo o poder e o status.
Eles são mentirosos, parasitas, chefes tiranos.
Eles não têm qualquer prejuízo das suas capacidades de discernimento. Têm total discernimento do certo e do errado, porém, não se importam de fazerem o errado, mesmo que isso implique em machucar alguém, desde que isso satisfaça os seus desejos ou os seus objetivos.
Os psicopatas são cínicos, são manipuladores, são incapazes de manter uma relação afetiva saudável.
Eles mentem sem qualquer vergonha, roubam, abusam, trapaceiam, negligenciam suas famílias e parentes. Isso quando não exploram ou roubam da sua própria família e parentes.
Eles colocam em risco suas vidas e a de outras pessoas.
Os psicopatas apresentam níveis de autocontrole extremamente reduzidos. Geralmente são conhecidos como "cabeça-quente" ou como "pavio-curto", por sua tendência a responder às frustrações e às críticas com violência, ameaças e desaforos.
Eles facilmente se ofendem e se tornam violentos por trivialidades ou por motivos banais. Mas, apesar de a explosão de agressividade e violência serem intensas, elas ocorrem em um curto espaço de tempo, após o qual os psicopatas voltam a se comportar como se nada tivesse ocorrido.
Um psicopata, quando "perde o controle", sabe exatamente até onde ele quer ir, no sentido de magoar, amedrontar, ameaçar, manipular ou machucar uma pessoa.
Apesar de tudo isso, eles se recusam a admitir que tenham problemas em controlar seu temperamento. Eles descrevem seus episódios agressivos como uma resposta à provocação a que foi submetido.
Ou seja, geralmente, após episódios de agressões, o psicopata costuma se colocar como vítima, ou culpar a pessoa vítima das suas agressões como responsável por ter feito ele agredir a pessoa.
O psicólogo canadense Robert Hare, da Universidade da Columbia Britânica, criou um check-list de pontuação para psicopatia, conhecida como Escala Hare.
Entre os sintomas da psicopatia, Robert Hare listou:
Os psicopatas se acham superiores aos outros.
Rotineiramente, seus comportamentos apresentam,
A Mentira patológica
A Manipulação e a chantagem
A Ausência de remorso ou de culpa
A Insensibilidade afetiva e emocional
A Indiferença e a falta de empatia com os outros
O Estilo de vida parasitário
Descontroles comportamentais
Promiscuidade sexual
Problemas graves de comportamento na infância
Ausência de metas realistas a longo prazo
Impulsividade
Irresponsabilidade
Baixa tolerância ao tédio
Incapacidade de arcar com as conseqüências pelos seus próprios atos
Casamentos ou relacionamentos de curta duração
Delinqüência juvenil
Envolvimento com crime
Violação de liberdade condicional.
Os psicopatas, ou sociopatas, são incapazes de aprender com a punição, e de modificar seus comportamentos.
Os psicopatas , ou sociopatas, são incapazes de sentirem emoções sociais, como a simpatia, a empatia, a gratidão
Para eles, as emoções de outras pessoas não têm qualquer importância; eles são incapazes de construir qualquer sentimento de empatia pelo outro.
Eles obtém prazer através da sensação de dominância do outro e sentem satisfação em controlar o outro.
Tentar compreender a mente de um psicopata é uma tarefa impossível.
Eles parecem viver atormentados, já que vivem num grande vazio.
Eles fazem sofrer os que deles se aproximam, mas agem com indiferença diante do sofrimento que causam.
Os psicopatas, ou sociopatas, quando alcançam posições de poder, podem causar mais danos do que como indivíduos.
E a única coisa saudável e segura que se pode fazer diante de uma pessoa com personalidade psicopática é se afastar dela, o mais rápido possível e para o mais longe possível. Enquanto houve tempo para isso.
Gilson Tavares
Psicanalista Clínico e Organizacional
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