Hoje eu gostaria de falar um pouco sobre o tempo.
Não falar sobre o tempo em relação ao clima - Se chove ou não, se faz frio ou não.
Não falar sobre o tempo pelo olhar da física - Passado, presente e futuro.
Mas eu quero falar sobre o tempo, em relação ao tempo que nos foi concedido pela vida.
Eu quero falar sobre o tempo, em relação ao uso que fazemos do tempo que nos resta.
O tempo que nos foi concedido não pode ser medido apenas pela métrica da cronologia, medido pelos anos que vivemos, mas sim, deve ser medido pelo que fizemos com o tempo que nos foi concedido. Deve ser medido pela forma como utilizamos o tempo que nos foi concedido.
Até porque, o tempo que nos foi concedido, visto apenas pela quantidade de anos vividos, não serve como métrica para representar anos de vida, no sentido mais profundo do que significa viver a vida.
Todos nós conhecemos pessoas que nos deixam a impressão que são pessoas que passaram pela vida, mas que não viveram verdadeiramente.
Pessoas que não se permitiram evoluir, não se permitiram aprender coisas novas, não se permitiram viver coisas novas.
Pessoas que viveram presas em conceitos, experiências ou sentimentos do passado, e que não se libertaram desses conceitos, experiências ou sentimentos do passado, deixando que isso lhes bloqueasse durante toda a vida.
Pessoas que passaram a vida alimentando mágoas, passaram a vida alimentando rancores, passaram a vida alimentando distanciamentos, e como consequência, passaram a vida colhendo distanciamentos e isolamentos.
Pessoas que acumularam anos de vida, mas que não acumularam nenhuma sabedoria de vida nos anos vividos. Encontramos pessoas com poucos anos de vida, cronologicamente falando, mas com grande sabedoria, e encontramos pessoas com muitos anos de vida, também cronologicamente falando, mas que são totalmente desprovidas de sabedoria, pessoas que não aprenderam nada com as experiências de vida que tiveram.
Pessoas que passaram o tempo acumulando coisas, sem nunca usufruir do que acumulou.
Pessoas que passaram o tempo apenas olhando para formas de como usar o tempo para torna-lo o mais produtivo possível, perdendo de vista o olhar para o tempo como oportunidade de viver o tempo.
Se tivermos um olhar mais profundo sobre o sentido da vida, iremos verificar que talvez o tempo seja o bem mais precioso que temos.
Se questionarmos por exemplo, como estamos gastando o nosso tempo para construir uma vida que valha a pena ser vivida?
Como gastamos o nosso tempo com as pessoas que amamos?
Qual a qualidade do tempo que dedicamos nos relacionamentos com nossos familiares, com nossos amigos e com nossos companheiros ou nossas companheiras de vida?
Como gastamos o nosso tempo usufruindo das coisas que conquistamos?
Normalmente, tempos a noção de que dispomos de todo o tempo do mundo. Porém, o tempo, como todo bem precioso, é limitado. E com um agravante. Outros tipos de bens, outros tipos de recursos, até podemos ter noção de quanto recurso dispomos. Com o tempo não. Com o tempo, nunca temos como saber de quanto tempo dispomos. Com o tempo, nunca temos como saber quanto tempo nos resta.
Então, a pergunta não é de quanto tempo dispomos.
A pergunta não é quanto tempo nos resta.
A pergunta é, o que fizemos com o tempo que nos foi condedido?
A pergunta é, o que fazemos com o tempo que nos resta?
A pergunta é, o que iremos fazer com o tempo que nos resta?
E você, o que fez com o tempo que lhe foi concedido?
Você sabe quanto tempo lhe resta?
O que você pretende fazer com o tempo que lhe resta?
Como você pretende utilizar o tempo que lhe resta?
Gilson Tavares
Psicanalista Clínico e Organizacional
Administrador, Especialista em gestão de pessoas
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