Para onde foi a compostura?

 

Você sabe qual o significado da palavra compostura?

Você sabe qual a importância da compostura para a vida em sociedade?

Como significado de compostura, podemos dizer que compostura significa o comportamento de uma pessoa educada.

Como compostura podemos dizer que tem a ver com a forma como uma pessoa educada se comporta, de acordo com o lugar e de acordo com a ocasião.

Como compostura podemos dizer que tem a ver com a forma como uma pessoa se comporta, não apenas de acordo com o lugar e a ocasião, mas também de acordo com o papel dessa pessoa no local e na ocasião, de acordo com o que essa pessoa representa no local e na ocasião.

A compostura de uma pessoa tem a ver com o modo de ser dessa pessoa, tem a ver com o modo dessa pessoa se portar dos mais diversos ambientes e ocasiões, tem a ver com as atitudes dessa pessoa, nos ambientes e nas ocasiões.

Levando em consideração que cada ambiente e que cada ocasião tem os seus protocolos e os seus ritos, que são próprios não apenas aos lugares, mas também às ocasiões.

Você não pode, ou não deve, se comportar da mesma forma que se comporta em uma apresentação musical, se comportar da mesma forma em um teatro, por exemplo.

Você não pode, ou não deve, se comportar em uma cerimônia de casamento da mesma forma que se comporta em uma festa de aniversário.

Você não pode, ou não deve, se comportar em uma sala de aula, seja qual for o grau acadêmico dessa aula, se comportar com se estivesse em uma reunião entre amigos.

São diversos os exemplos. Como também são diversos a forma de se comportar, a forma de se vestir, a forma de agir, nos mais variados lugares e nas mais variadas ocasiões.

São normas e etiquetas criadas pela sociedade apenas para complicar a vida das pessoas?

Não. O não cumprimento, o não respeito, as normas e etiquetas, o não cumprimento, o não respeito, a compostura necessária para cada ambiente e para cada ocasião, estaria muito mais próximo da anarquia, da barbárie, do caos, do que da vida em sociedade. Estaria muito mais próximo da anarquia, da barbárie, do caos, do que da civilidade, necessária para a manutenção da vida em sociedade.

Assim, cada ambiente, cada local, cada instituição, cada organização, cria os seus protocolos, e tem a obrigação de cuidar para que os mesmos sejam pelo menos minimamente respeitados. Sob pena da instituição do caos e da desordem.

Uma empresa precisa ter as suas normas. Uma escola precisa ter as suas normas. Uma universidade precisa ter as suas normas. Uma religião precisa ter as suas normas. Uma instituição precisa ter as suas normas.

E todos precisam ter mecanismos que fiscalizem e que façam cumprir as normas estabelecias. Como também ter mecanismos que punam aqueles que transgridam as normas estabelecidas.

Não pode ficar fora desse contexto também as instituições que representam e que formam o país como uma nação, as instituições que representam e que formam esse país como um estado, principalmente por ser esse país um estado democrático.

É incompreensível que qualquer pessoa que tenha um mínimo de sentido do que é ser cidadão, que qualquer pessoa que tenha um mínimo de sentimento de pertencimento à uma nação, não se sinta agredido e não se sinta envergonhado, com a atuação de alguns parlamentares eleitos para representar o povo, eleitos para defender os interesses do povo.

Ao contrário disso, o que temos visto exaustivamente, em reuniões parlamentares, em sessões de CPIs e na mídia, são atuações de algumas pessoas totalmente despreparados, atuações de algumas pessoas totalmente desconhecedoras do seu papel como parlamentar, atuações de algumas pessoas que não têm a menor noção de compostura, principalmente da compostura necessária para atuar como parlamentar.

Acredito que todo cidadão brasileiro sempre esperou do parlamento e dos parlamentares um exemplo de compostura, pelo menos na atuação entre os seus pares.

O que vemos atualmente são algumas pessoas totalmente despreparadas, que não têm a menor cerimônia em atuar de formas vergonhosas, cometendo um verdadeiro estelionato ideológico, com o claro objetivo de defender os seus interesses, de defender os interesses dos seus grupos aliados, em detrimento dos interesses do país. E tudo isso sem o mínimo de educação e de respeito ao cargo que representa.

Não tem como não surgir a pergunta, como essas pessoas foram colocadas ali? Para onde foi a compostura?

E a resposta não é tão difícil de encontrar.

Parece que as pessoas não se importam com quem escolhem para lhe representar. Parece que as pessoas não se importam com quem escolhem para lhe representar nas decisões que constroem o futuro do país.

Não se escolhe aquele que mostra mais preparo para lidar com a coisa pública.

Não se escolhe aquele que mostra mais sensibilidade com o sentido de coletividade.

Não se escolhe aquele que mostra mais compromisso com o bem comum.

Escolhe-se aquele que lacra mais. Mesmo que seja com atitudes ilegais, com atitudes até imorais e que não tenham o menor preparo e equilíbrio para ser um representante do povo.

Para mudar isso?

Conselho de ética. Mas conselho de ética cidadão. Ou seja. O voto.

Só o seu voto pode mudar essa realidade.

É preciso aprender o verdadeiro poder que cada um tem, aprendendo a usar o seu voto para escolher seus representantes de forma mais coerente e mais consciente.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

 

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