A Personalidade e a Saúde Mental

 

Você sabe quais os principais fatores de influência na construção da personalidade?

Você sabia que a construção da personalidade tem grande influência na saúde mental?

Você sabia que as dificuldades, os desafios, as perdas e também as frustações têm um papel importante na formação da personalidade?

E você sabia também que a personalidade tem grande influência na forma como a pessoa lida com as dificuldades, na forma como a pessoa lida com os desafios, na forma como a pessoa lida com as perdas e na forma como a pessoa lida com as frustrações?

A personalidade é formada principalmente a partir da herança genética, dos traços genéticos que recebemos dos nossos pais, das experiências que vivenciamos, principalmente as mais marcantes e com maior relevância as experiências vivenciadas na primeira infância e até durante o período da gestação, e também da forma como percebemos o mundo a nossa volta. Esse é o tripé principal da formação da personalidade.

Segundo Winnicott, psicanalista inglês, a infância é um processo gradual de formação de crenças. Formação de crenças em pessoas e formação de crenças em coisas. E esse período, a infância, é elaborado aos poucos, através das experiências vivenciadas.

Experiências satisfatórias, aonde as necessidades são atendidas e justificadas, e experiências ruins, aonde o medo, a frustração, a raiva, o ódio e a dúvida também podem surgir.

Sendo assim, o ambiente familiar precisa ser estruturado o suficiente para atender as necessidades da criança e precisa também ser estruturado o suficiente para lidar com os sentimentos de medo e de frustração e para conter os sentimentos de raiva, ódio e dúvidas demonstradas pelo comportamento da criança.

Se uma pessoa teve a sorte de crescer em um lar ao lado de pais afetivos, dos quais pôde contar com apoio incondicional, conforto e proteção, mas também contenção dos seus impulsos negativos, consegue desenvolver estruturas psíquicas suficientemente fortes e seguras para enfrentar as dificuldades da vida cotidiana de forma equilibrada e saudável.

Caso contrário, se a criança sofreu algum tipo de abandono – abandono real ou abandono imaginário ou se a criança sofreu algum tipo de agressão - agressão física ou psicológica/emocional, se a criança cresceu em um ambiente tóxico, ou se a criança cresceu em um ambiente que não foi forte o suficiente para lidar e para conter os seus impulsos negativos,  a tendência é a criança desenvolver mecanismos de autoproteção, muitas vezes em forma de traumas, e também sofrer influência dessas experiências na formação da sua personalidade.

Assim sendo, tanto os traumas desenvolvidos na infância podem se manifestar na personalidade e no comportamento de quem o sofreu, gerando impactos negativos na sua saúde mental e tendo grande influência durante toda a vida do indivíduo afetado. Como também a forma como o ambiente familiar funcionou para atender as necessidades da criança e para conter os seus impulsos negativos, podem contribuir para a formação de uma personalidade segura e saudável, capaz de enfrentar os desafios e as frustrações da vida com serenidade e equilíbrio, ou pode contribuir para a formação de uma personalidade insegura e desequilibrada, que não terá equilíbrio para saber lidar com os desafios, com as frustrações e com as perdas que aconteçam na sua vida.

Segundo John Bowlby, psiquiatra inglês, estudioso do vínculo entre mãe e filho, o comportamento de apego entre a mãe e o seu bebê, além da função de proteção, propicia ao bebê uma série de interações sociais que colaboram para um desenvolvimento saudável da criança.

Assim, é graças a esta proximidade entre a mãe e o seu bebê que o bebê terá oportunidades de ver e explorar o mundo de uma maneira segura, e assim, desenvolver seu cérebro, aprender com os outros de sua espécie, sentir-se parte da espécie, sentir-se acolhido e seguro.

Para John Bowlby, esse vínculo entre a mãe e o seu filho é a fonte de onde irão provir, depois, durante toda a vida da pessoa, todos os futuros vínculos que se estabelecerão pela pessoa durante todo o curso de sua vida.

Para toda a sua vida, a força e a qualidade da relação inicial do bebê com a sua mãe terão influência sobre a qualidade de todos as futuras relações que serão estabelecidas com as outras pessoas e com o mundo.

Se foi formada um vínculo saudável e seguro com a mãe a tendência é construir relações saudáveis e seguros no futuro. Caso contrário. Se o vínculo inicial com a mãe não foi saudável e seguro, a tendência é também construir relações inseguras e não saudáveis no futuro, com todas as outras pessoas e com o mundo.

A saúde mental de uma pessoa influencia diretamente a sua visão de si mesmo, a sua visão do mundo ao seu redor, a sua visão das pessoas do seu convívio. Assim também, influencia diretamente a sua forma de atuar no mundo, a sua forma de atuar consigo mesmo e a sua forma de atuar com as pessoas ao seu redor.

Assim também como a sua personalidade influencia diretamente na sua visão de si mesmo, na sua visão do mundo ao seu redor, na sua visão das pessoas do seu convívio. Assim também, influencia diretamente na sua forma de atuar no mundo, na sua forma de atuar consigo mesmo e na sua forma de atuar com as pessoas ao seu redor.

Dentro desse contexto, podemos deduzir que não é suficiente lidar com os problemas decorrentes dos transtornos mentais sem levar em consideração os traços e as características que formam a personalidade da pessoa na sua totalidade.

A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada não apenas à sua visão de si mesmo, a sua visão do mundo ao seu redor a forma como atua no mundo, mas também à forma como essa pessoa reage às exigências da vida e ao modo como ela equilibra seus desejos, suas capacidades, suas ambições, suas ideias e suas emoções. Também a forma como essa pessoa responde e age diante das dificuldades, a forma como essa pessoa responde e age diante dos problemas, a forma como essa pessoa responde e age diante dos desafios, a forma como essa pessoa responde e age diante das perdas, a forma como essa pessoa responde e age diante das frustrações.

Pessoas mentalmente saudáveis são capazes de enfrentar os desafios da vida cotidiana com equilíbrio. Pessoas mentalmente saudáveis são capazes de enfrentar os problemas e dificuldades com equilíbrio. Pessoas mentalmente saudáveis são capazes de enfrentar as perdas com equilíbrio. Pessoas mentalmente saudáveis são capazes de enfrentar as frustrações com equilíbrio.

Sendo assim, a promoção da saúde mental é essencial para que o indivíduo tenha as capacidades necessárias para desempenhar as suas atividades no contexto pessoal, no contexto familiar, no contexto social e no contexto profissional de forma equilibrada, saudável e satisfatória.

E essa promoção da saúde mental precisa levar em consideração o indivíduo na sua totalidade. Principalmente levar em consideração a sua personalidade.

E atuar de forma que o indivíduo possa trabalhar na sua vida o conceito de ressignificação.

Ressignificação no sentido de fazer as pazes com o seu passado.

Ressignificar e fazer as pazes com o passado não significa apagar o passado, nem também significa mudar a personalidade, até porque isso é praticamente impossível, mas significar buscar outros sentidos para os sentimentos em relação ao passado.

Ressignificar significar construir outra visão de si mesmo. Ressignificar significar construir outra visão do mundo. Ressignificar significar construir outra visão das pessoas ao redor. Ressignificar significar construir outra forma de atuar no mundo. Ressignificar significar construir outra forma de lidar com as pessoas. Ressignificar significar construir outra forma de lidar consigo mesmo.

Gilson Tavares

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

Psicanalista Clínico e Organizacional

 

Viver não é fácil mas é necessário – Parte II

 

No artigo anterior abordamos a importância da campanha Setembro Amarelo. Campanha que tem como principal objetivo produzir, vivenciar, compartilhar e fazer chegar ao máximo de pessoas, conhecimentos, experiências e atitudes a respeito da valorização da vida, da construção e manutenção da saúde mental e a respeito da prevenção ao suicídio.

Hoje, vamos dar continuidade ao tema, dessa vez falando um pouco sobre que sinais que podemos perceber em alguém que está passando por um momento de desespero ou que está demonstrando algum transtorno mental, e que apresente algum risco comprometedor à sua saúde física ou à sua vida.

Como vimos no artigo anterior, apesar dos casos de suicídio geralmente pegar todos de surpresa, cerca de noventa por cento dos casos, podem ou poderiam ser evitados. Mas, para isso, é necessário que se aprenda a reconhecer os sinais que as pessoas geralmente demonstram quando estão passando por momentos ou por situações que as colocam em situação de risco e que podem contribuir para o surgimento de pensamentos suicidas.

No Brasil, um percentual grande de casos de suicídio acontece entre os idosos, motivados principalmente por restrições físicas, isolamento e inatividade em razão da aposentadoria e a solidão.

Porém, o maior crescimento das taxas de suicídio acontece entre os jovens. São várias as motivações vistas como razão para que isso aconteça.

As crises de ansiedade; a expectativa gerada na busca de aprovação e validação; o excesso de proteção dado pelos pais, que tem como resultado a formação de crianças, adolescentes, jovens e adultos despreparados para enfrentar as adversidades da vida.

Como consequência desse contexto, muitos procuram o mundo das drogas, como forma de fugir da angustia gerada per essas exigências da vida. Outros encontram na automutilação a forma de aliviar o seu sofrimento, provocando dor física para tirar o foco da dor emocional. E muitos outros também acabam vendo no suicídio a saída para as suas angustias, vistas por eles como única forma de eliminar o sofrimento gerado por suas angústias.

É importante não ignorar os sinais que demonstram quando algo está errado na vida de um familiar, de um amigo ou de alguém do seu convívio. Principalmente em relação às crianças e adolescentes, que por definição, estão em formação e assim, também sem sempre têm a estrutura para suportar todas as exigências da vida.

Entre os sinais mais comuns e mais visíveis estão: as mudanças repentinas de comportamento, as mudanças repentinas de humor, a irritabilidade, a agressividade, mudanças na alimentação, mudanças no padrão de sono, a automutilação, a autodepreciação, o abandono de planos e projetos, o abandono do estudo ou de emprego, sentimento de tristeza constante, pessimismo diante das dificuldade e dos problemas, perda de interesse por atividades habituais, isolamento, ansiedade exacerbada, baixa autoestima, sentimento de culpa, sentimento de impotência ou de desesperança.

Algumas situações também devem ser observadas.

A perda de alguém importante, separações, a perda de uma posição social, perdas profissionais, a perda de bens materiais relevantes, doença grave.

Importante também observar sinais de algum transtorno mental. Como por exemplo o transtorno bipolar, com crises de euforia seguidas de crises de depressão; a esquizofrenia, com a perda da noção de realidade ou com dificuldade entre realidade e fantasia; o transtorno borderline, com crises constantes de agressividade, de descontrole emocional ou de atitudes irracionais; o alcoolismo; os transtornos do sono, quando a pessoa dorme o tempo todo, como que fugindo da realidade do mundo, ou quando a pessoa tem dificuldade para dormir; os transtornos alimentares, como a anorexia, quando a pessoa praticamente não se alimenta e tem uma visão irreal de si mesmo, vendo o seu corpo sempre acima do peso, mesmo que esteja totalmente desnutrida e como a bulimia, quando a pessoa coloca sempre para fora praticamente tudo o que come.

E a depressão generalizada, quando o mundo da pessoa se transforma apenas em dor e sofrimento.

Diante desse quadro em alguém da família, de um amigo próximo ou de alguém do convívio, é importante adotar alguns procedimentos.  

Primeiro não julgar a pessoa. Ela deve ter as suas razões.

É importante respeitar as escolhas e as dificuldades da pessoa em enfrentar as adversidades pelais quais está passando.

Não menosprezar, nem também supervalorizar as razões, os sentimentos e os problemas da pessoa.

Importante aprender a escutar sem questionar.

E mostrar apoio emocional à pessoa.

Se possível, questionar com a pessoa, possíveis alternativas ou caminhos de solução, para as situações que ela está passando.

Já a pessoa que está passando por uma situação de desespero, ou que esteja com dificuldade para encontrar uma saída, é importante observar alguns procedimentos:

Parar de se criticar.

Ser mais paciente consigo mesmo.

Aceitar as suas limitações e as suas falhas. Afinal, ninguém é perfeito.

Aprender a dominar o medo e a se munir de forças e capacidades para enfrentar as adversidades.

Desenvolver as habilidades necessárias para enfrentar os seus desafios.

Construir uma rede de apoio. Com familiares e amigos.

Cuidar da saúde do corpo.

Cuidar da saúde emocional.

Cuidar da saúde espiritual.

Procurar ajuda profissional, se necessário.

Vou deixar aqui o número do CVV – Centro de Valorização da Vida, que realiza apoio emocional e de prevenção ao suicídio.

Através do número 188, o CVV atende 24 horas por dia, 7 dias da semana, recebendo todos aqueles que estiverem passando por um momento de desespero e que estão precisando ser escutados e acolhidos no seu sofrimento.

Gilson Tavares

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

Psicanalista Clínico e Organizacional

  


Viver não é fácil mas é necessário

 

Estamos iniciando o mês de setembro. Há algum tempo também chamado de setembro amarelo.

Por que essa denominação “Setembro Amarelo”?

Essa denominação, setembro amarelo, nasceu em razão de ações desenvolvidas com o objetivo de chamar a atenção para um ato considerado tabu em todas as culturas. Um ato que todos têm muito receio em abordar qualquer conteúdo a respeito ou qualquer tentativa de encontrar razões para esse ato, pela dor e pelo sofrimento que são produzidos como resultado desse tal ato.

Estamos falando do suicídio.

O termo “setembro amarelo”, foi criado exatamente como uma oportunidade para discussões e reflexões sobre esse tema tão dolorido para tantas famílias, e exatamente por esse motivo, também tão importante para ser buscado alguma luz sobre esse assunto.

Principalmente, buscando colocar alguma luz sobre esse assunto, com o objetivo de buscar formas de se prevenir esse ato tão extremista e tão difícil de se falar sobre o mesmo.

O mês de setembro, e também a cor amarela, foram escolhidos para representar essa campanha em favor da vida, fazendo uma referência e também uma homenagem, aos familiares e amigos de um jovem de 17 anos, dos Estados Unidos, Mike Emme, que cometeu suicídio em setembro de 1994, e, como uma forma de apoio à pessoas que também estivessem passando por problemas emocionais, seus familiares e amigos decidiram distribuir, no dia do velório do jovem,  cartões amarrados em fitas amarelas, com frases de apoio emocional. A cor amarela foi escolhida porque o jovem tinha um Mustang amarelo.      

O suicídio, além de deixar uma grande ferida nas famílias que perdem um de seus membros através dessa prática, além da dor que causa aos familiares, onde muitos não conseguem superar esse trauma, torna-se também uma questão de saúde pública.

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que, por ano, mais de um milhão de pessoas tiram a própria vida em todo o planeta. No Brasil, São registrados mais de doze mil suicídios por ano.

A iniciativa Setembro Amarelo é uma conversa aberta com a participação de toda a sociedade, é uma grande ação conjunta de diferentes esferas da sociedade, que visa levar conscientização e informação para todas as pessoas, possibilitando prevenir novos casos de suicídio por meio da educação, do conhecimento, do apoio, do acolhimento.

Essa é uma campanha muito importante e significativa, porque envolve ações de pessoas, envolve ações de entidades, envolve ações de órgãos de saúde, envolve ações de empresas, todos com o mesmo objetivo.

A campanha setembro amarelo vem sendo desenvolvida desde o ano de 2015 e tem o foco principal no cuidado com a saúde mental de pessoas de todas as classes sociais e de todas as faixas etárias.

Muitos ainda têm o pensamento de que uma pessoa que desiste da sua própria vida não tem coragem para viver e por isso prefere desistir da vida. O que não é uma verdade. A campanha Setembro Amarelo coloca luz sobre esse tema e traz mais conhecimentos sobre como lidar com essa questão.

O Setembro Amarelo contribui para que se consiga identificar os sinais de quem está passando por momentos difíceis, o modo correto de abordar essas situações delicadas e como evitar que uma pessoa chegue a esse estágio de desespero.

Problemas como estresse, depressão, uso descontrolado de substâncias psicoativas e até mesmo o assédio em função do bullying, geram grandes abalos para a saúde mental do indivíduo. Quem se suicida não quer necessariamente desistir de viver, mas sim, quer se livrar da dor e dos problemas para os quais não encontra uma saída.

Segundo a Dra. Ana Beatriz Barbosa, psiquiatra de grande conhecimento e muita experiência em lidar com essa questão, entre tantas outras questões relacionadas ao sofrimento humano, 90% dos suicídios são ou poderiam ter sido evitáveis.

Diante de um suicídio, sempre procurarmos uma explicação, uma razão para esse ato tão extremo.

Porém, é muito difícil encontrar uma razão. Nunca é o caso de se fazer um julgamento. A pessoa teve a sua razão. E a causa sempre tem múltiplos fatores.

No entanto, as principais causas de suicídio estão relacionadas à transtornos psiquiátricos, como a depressão, a ansiedade, a esquizofrenia e o uso de substâncias psicoativas.

A Organização Mundial de Saúde calcula que mais de 90% dos suicidas tenham algum problema mental, muitas vezes não diagnosticado.

36% dos suicidas são portadoras de algum distúrbio do humor – principalmente a bipolaridade. Grande Euforia seguida de quadro profundo de depressão.

24% dos suicidas são usuários de alguma substância psicoativa – de algum tipo de droga.

Em torno de 10% dos suicidas têm algum grau de esquizofrenia.

Em torno de 12% dos suicidas têm algum grau de transtorno borderline.

Segundo o psiquiatra Neury Botega, professor da Unicamp, o suicídio, além de ter múltiplas causas, afeta pessoas de todas as idades e classes sociais. E tem como principais causas o sentimento de desesperança, o sentimento de desamparo e o sentimento de desespero, além da impulsividade.

Para o filósofo, escritor e professor universitário Mário Sérgio Cortella, o suicídio é uma solução definitiva para uma situação provisória.

Acontece quando se perde a capacidade de enxergar o todo e tem o foco apenas em uma situação presente, em um problema de aparente não solução, quando o indivíduo não consegue enxergar além do que está vivendo naquele momento.

Em uma coisa todos os que lidam com o sofrimento humano concordam, o suicídio é um ato de desespero, um ato impulsivo ou um ato premeditado.

É uma tentativa de acabar com um sofrimento que no momento é visto como insuportável. Por acreditar que o que está passando não tem solução.

Fora isso, o suicídio pode também ter como causa atos ligados ao fanatismo.

O suicídio não é falta de Deus.

O suicídio não é falta de valorização do que se tem ou do que se conquistou na vida.

O suicídio não é falta de valorização das pessoas, da família ou dos amigos.

A tristeza é normal, faz parte da vida. Todos nós temos nossos momentos de tristeza diante das situações difíceis que todos sofremos ao longo da vida e diante das perdas, que também são inevitáveis, todos sofremos.

Ninguém passa pela vida sem ter os seus momentos de sofrimentos.

A depressão não. A depressão é uma patologia, e precisa ser cuidada.

Viver não é fácil, mas é necessário. Só podemos enfrentar e só teremos chances de superar os desafios da vida se estivermos vivos.

A depressão não necessariamente leva ao suicídio ou ao pensamento a respeito do suicídio, mas é um sinal de alerta, dependendo do prejuízo que está causando na vida da pessoa.

Atualmente, a mídia e a sociedade quase que impõem nas pessoas a obrigação de ser feliz, e de ser feliz o tempo todo. Quando todos sabemos que isso é totalmente impossível. E isso também é uma questão que precisa ser discutida.

A questão do suicídio, principalmente a busca da prevenção do suicídio e a questão da saúde mental é uma questão que precisa ser bastante discutida e que precisa ser vista como prioridade, principalmente entre os jovens e adolescentes, que estão aprendendo a construir as suas vidas e que enfrentam tantos desafios na caminhada para ser tornarem adultos equilibrados e felizes.

Na próxima crônica vamos voltar á esse assunto, que tem muitas considerações que precisam ser abordadas, como também precisamos falar sobre alguns sinais de alerta e alguns cuidados importantes para lidar com a questão do suicídio.

Mas vou deixar aqui o número do CVV – Centro de Valorização da Vida, que realiza apoio emocional e de prevenção ao suicídio.

Através do número 188, o CVV atende 24 horas por dia, 7 dias da semana, recebendo todos aqueles que estiverem passando por um momento de desespero e que estão precisando ser escutados e acolhidos no seu sofrimento.

Gilson Tavares

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

Psicanalista Clínico e Organizacional