Cidadania Ética Responsabilidade Pessoal e Responsabilidade Social

 

Estamos no meio de mais um processo eleitoral no país.

Um processo eleitoral que decidirá os destinos do país para os próximos anos

Você já pensou sobre qual a sua importância nesse processo?

Você já pensou que a sua escolha impacta de forma direta os destinos do país?

Você já pensou que quando você vota em algum candidato da sua preferência, você está se identificando com os ideais dele e você está entregando para ele uma autorização para que ele conduza os destinos da sociedade?

Você já parou para pensar sobre qual a sua responsabilidade sobre essas escolhas?

Como a ética, a responsabilidade pessoal e a responsabilidade social está sendo aplicada na escolha dos seus representantes?

Na escolha do seu representante. Porque quando você escolha alguém através do voto, você está elegendo esse alguém para ser seu representante. Para decidir por você.

Votar é talvez a maior expressão de cidadania. Mas você sabe realmente o que significa ser cidadão? Você sabe realmente o que é exercer a cidadania?

Você sabe o que a ética, a responsabilidade pessoal e a responsabilidade social têm a ver com o exercício da cidadania?

Cidadania é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive.

Então, Exercer a cidadania é usufruir de seus direitos, mas é também cumprir com os seus deveres.

A ética está relacionada à forma como conduzimos as nossas atitudes, principalmente aos valores que conduzem os nossos atos, como por exemplo:

Como a honestidade tem sido aplicada nas nossas atitudes?

Como a integridade tem balizado as nossas atitudes?

Como tem sido o nosso respeito ao outro? Respeito ás opiniões, escolhas e jeito de ser do outro?

Como tem sido o nosso respeito ao bem comum? Ao que é de todos? Ao patrimônio público?

Como tem sido o nosso respeito aos costumes, às normas e ás Leis?

Enfim, no exercício da cidadania, vivemos e expressamos a nossa conduta ética; no exercício da cidadania, vivemos e expressamos a nossa conduta moral, no exercício da cidadania, vivemos e expressamos a nossa responsabilidade pessoal, no exercício da cidadania, vivemos e expressamos a nossa responsabilidade social.

A Responsabilidade Social está ligada à noção de compromisso.

Ter responsabilidade social é exercer a cidadania e cuidar para que todos tenham também a oportunidade de exercer a cidadania.

Exercer a cidadania é também conhecer e exercer o conceito de Responsabilidade social Individual.

A responsabilidade social individual inclui o engajamento de cada pessoa em relação à comunidade aonde vive. Essa responsabilidade se expressa no interesse pelo que acontece na comunidade e na participação ativa na resolução dos problemas da comunidade.

Ter responsabilidade social individual implica em eliminar o comportamento desonesto, irresponsável ou antiético, que pode trazer prejuízos para a comunidade, para o país ou para o ambiente.

Como a responsabilidade social individual implica no exercício da cidadania de forma responsável e ética, torna-se necessário a reflexão a respeito dos fatos e das consequências das escolhas e atitudes, não considerando apenas interesses, ideologias ou frustrações pessoais.

Muitas vezes, queremos mudar o mundo, quando na verdade só precisamos mudar a nós mesmos.

Somos livres para fazermos as nossas escolhas, mas nos tornamos escravos delas.

E muitas vezes, as nossas escolhas não impactam apenas a nossa vida, mas também impacta a vida das pessoas ao nosso redor. Afinal, não vivemos em isolamento, vivemos em sociedade.

E como indivíduo que faz parte de uma sociedade:

Estamos refletindo sobre os verdadeiros motivos que estão nos levando a agredir, denegrir, criar intrigas e até mesmo ter comportamentos que ameaçam a nossa integridade e a integridade de outros?

Certamente, essas respostas não devem estar apenas nas ideologias que defendemos, mas está em nós mesmos.

Para Durkheim, um dos maiores pensadores da sociologia, o homem é humano porque vive em sociedade e, para adquirir essa humanidade, é indispensável superar-se, dominar as próprias paixões, considerar outros interesses que não apenas os próprios interesses.

Ao mesmo tempo, Sigmund Freud, criador da psicanálise, no texto Psicologia das massas e análise do eu, diz que, quando em grupo, o indivíduo abandona o seu ideal de ego, passando a agir de acordo com a mente grupal, pautando as suas ações em concordância com o pensamento do grupo, mesmo que em detrimento de seus próprios interesses, podendo chegar até mesmo a assumir comportamentos violentos.

Podemos nos dá a oportunidade de refletir sobre o que esses textos significam e o que tem a ver com os nossos próprios comportamentos?

Ser cidadão é ter direitos: direito a vida, direito a igualdade, direito a propriedade, direitos políticos e direito de participar dos destinos da sociedade.

Mas ser cidadão é também ter deveres.

Cobramos comportamentos éticos, responsáveis e honestos dos nossos governantes, mas, de onde saem os governantes, senão da sociedade que os criam?

Segundo Leonardo Boff, uma ética não emerge se não houver previamente um ambiente que permita a sua formulação. Afinal, o político sai do povo e, para esse político ter ética, responsabilidade e honestidade nas suas ações, é necessário que esse povo de onde sai esse político também tenha essa ética, essa responsabilidade e essa honestidade.

De verdade, temos visto isso na nossa sociedade atualmente?

Portanto, percebemos que não haverá ética, responsabilidade e honestidade na política, se todos e cada um também não cuidarem para que isso aconteça; se todos e cada um não expressar essa ética, essa responsabilidade e essa honestidade também nas suas ações do dia-a-dia.

Se estamos cansados de sermos o país da impunidade, o país da corrupção, o país do jeitinho brasileiro, precisamos mudar essa forma nefasta de ser da sociedade brasileira, mas precisamos começar essa mudança em nós mesmos, fazendo a diferença com as nossas ações.

Então, o que nos resta?

Fazer a nossa parte. Ter atitudes mais éticas; ter atitudes mais responsáveis com a gente mesmo e com a sociedade onde vivemos; ter atitudes mais honestas em todas as nossas ações.

Contribuir, da forma que for possível, para a construção de pessoas melhores, como um caminho para verdadeiras mudanças, mesmo que isso só seja possível no longo prazo.

E você, como tem exercido a sua cidadania?

Gilson Tavares,

Psicanalista Clínico e Organizacional

 

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