Para viver melhor

 

Estamos na semana do natal.

Tempo de reflexão. Principalmente, tempo de reflexão sobre as nossas escolhas. Tempo de reflexão sobre as nossas atitudes. Tempo de reflexão sobre como estamos conduzindo a nossa vida. Tempo de reflexão sobre o que estamos construindo para a nossa vida e para o nosso mundo.

Tempo de reflexão sobre como conduzimos as nossas atitudes diante de tantos desafios que enfrentamos nesses últimos tempos.

Para nos ajudar nessa reflexão, estou trazendo um excelente texto do neurocientista e professor universitário Bruno Pitanga.

Texto muito apropriado para os momentos que estamos vivendo atualmente, no Brasil e no mundo.

O título de texto é “Pra viver melhor”.

Nesse texto, o neurocientista e professor Bruno Pitanga diz:

Não se preocupe, se ocupe. Ocupe o seu tempo, ocupe o seu espaço, ocupe a sua mente.

Não se desespere, espere. Espere a poeira baixar, espere o tempo passar, espere a raiva desmanchar.

Não se indisponha, disponha. Disponha de boas palavras, disponha de boas vibrações.

Não se canse, descanse. Descanse a sua mente, descanse as suas pernas, descanse de tudo que lhe faz cansar.

Não menospreze, preze. Preze por qualidade, preze por valores, preze por virtudes.

Não se incomode, acomode. Acomode o seu corpo, acomode o seu espirito, acomode a sua vida.

Não desconfie, confie. Confie no seu sexto sentido, confie em você, confie em Deus.

Não se torture, ature. Ature com paciência, ature com resignação, ature com tolerância.

Não pressione, impressione. Impressione pela humildade, impressione pela simplicidade, impressione pela elegância.

Não crie discórdia, crie concórdia. Concórdia entre as nações, concórdia entre as pessoas, concórdia com você mesmo.

Não maltrate, trate bem. Trate bem as pessoas, trate bem os animais, trate bem o planeta.

Não se sobrecarregue, recarregue. Recarregue as suas forças, recarregue a sua coragem, recarregue a sua esperança.

Não atrapalhe, trabalhe. Trabalhe a sua humanidade, trabalhe as suas frustrações, trabalhe as suas virtudes.

Não conspire, inspire. Inspire as pessoas, inspire os talentos, inspire a saúde.

Não se apavore, ore. Ore a Deus! Somente assim viveremos dias melhores.

Texto muito completo e atual do neurocientista e professor Bruno Pitanga.

Nessa lista elaborada por ele, quais das nossas atitudes estão de acordo com o texto?

Não se preocupe, se ocupe.

Não se desespere, espere.

Não se indisponha, disponha.

Não se canse, descanse.

Não menospreze, preze.

Não se incomode, acomode.

Não desconfie, confie.

Não se torture, ature.

Não pressione, impressione.

Não crie discórdia, crie concórdia.

Não maltrate, trate bem.

Não se sobrecarregue, recarregue.

Não atrapalhe, trabalhe.

Não conspire, inspire.

Não se apavore, ore.

Que nesse período natalino possamos refletir sobre as nossas escolhas e sobre as nossas atitudes.

Que nesse período natalino possamos refletir sobre as nossas vidas.

Que nesse período natalino possamos encontrar a paz que precisamos para conduzir a nossa vida na construção de um mundo melhor.

Que nesse período natalino possamos perceber que a paz que precisamos devemos procurar principalmente dentro de nós mesmos.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

A importância dos limites para a sociedade civilizada

 

Falei aqui, há alguns dias atrás, que a distância entre a civilidade e a barbárie era uma distância bem pequena.

Falei que a linha que separa uma sociedade civilizada de uma massa acéfala e descontrolada era uma linha muito fina.

Falei também que o que permite a existência de uma sociedade civilizada era a constante luta das instituições que alicerçam a sociedade civilizada e de cada indivíduo que faz parte dessa sociedade civilizada, contra todos os indivíduos e contra todos os grupos, que atentarem para a o desmantelamento e para a destruição da sociedade civilizada.

Hoje, voltando ao assunto, vou falar um pouco sobre a importância dos limites para a sociedade civilizada. Sobre a importância dos limites para a manutenção da sociedade civilizada e para a convivência entre os indivíduos que vivem e que formam a sociedade civilizada.

Entre os tantos requisitos necessários para a vida em sociedade. Sobretudo, para a vida em uma sociedade civilizada, a observância de alguns limites na atuação de cada indivíduo em particular; a observância de limites na atuação do indivíduo no grupo; a observância de limites na atuação de grupos; a observância de limites na atuação das lideranças existentes na sociedade.

Enfim, todos os que vivem e que formam a sociedade civilizada, indistintamente da sua condição social, religiosa, racial, política, ideológica, devem ter a mesma observância em relação aos limites estabelecidos.

Ou seja, todos que vivem em uma sociedade civilizada devem ter a obrigação de respeitar e de seguir as normas de convivência estabelecidas. Normas essas que costumamos chamar de Leis e de regulamentos.

Olhando por essa ótica, percebemos a importância das Leis e dos regulamentos, que têm o importante papel de estabelecer limites para a atuação de cada indivíduo que faz parte da sociedade civilizada.

O estabelecimento de limites para a atuação de cada indivíduo em uma sociedade civilizada é o que torna todos iguais perante essa sociedade civilizada. Os limites de atuação de cada indivíduo é o que garante que todos tenham, pelo menos teoricamente, os mesmos direitos e os mesmos deveres.

Permitir que um indivíduo, permitir que um grupo de indivíduos, independente de qual seja o papel desse indivíduo ou desse grupo de indivíduos na sociedade, transgrida os limites estabelecidos e não seja contido, é permitir que esse indivíduo ou esse grupo de indivíduos ameace a convivência entre os que fazem a sociedade civilizada, é permitir que esse indivíduo ou esse grupo de indivíduo ameace a própria existência da sociedade civilizada.

Em uma sociedade civilizada, a pluralidade de ideias, a pluralidade de crenças, a pluralidade de ideologias, a pluralidade de pensamentos, a pluralidade de opiniões, devem ter o seu espaço de expressão, sem que sofra nenhum tipo de repressão.

Apenas que sejam respeitados os limites entre as ideias, entre as crenças, entre as ideologias, entre os pensamentos, entre as opiniões, de cada indivíduo e de cada grupo existente na sociedade civilizada.

Ninguém pode ser obrigado a ter os mesmos ideais, ser obrigado a ter os mesmos pensamentos, ser obrigado a ter as mesmas opiniões, que outros. Mas ao mesmo tempo, ninguém pode querer impor os seus ideais, ninguém pode querer impor os seus pensamentos, ninguém pode querer impor as suas opiniões, como se fosses as únicas verdadeiras.

Isso também é papel do estabelecimento de limites.

Limites do que é de um e do que é do outro.

Cada indivíduo deve ser livre na sua forma de viver. Cada indivíduo deve ser livre na sua forma de pensar. Cada indivíduo deve ser livre para viver as suas crenças. Cada indivíduo deve ser livre para viver os seus ideais. Cada indivíduo deve ser livre para viver as suas ideologias.

Porém, tudo isso só pode ser aceitável até o ponto em que a forma de viver de um indivíduo, as atitudes de um indivíduo, não atinjam outros indivíduos.

Permitir o desrespeito dos limites estabelecidos é permitir o enfraquecimento e a destruição das normas de convivência que permitem a convivência pacífica entre os indivíduos.

Querer impor aos outros as próprias opiniões e as próprias ideologias é a total quebra de limites que deve existir em qualquer sociedade civilizada.

Em uma sociedade civilizada, é totalmente necessário existir os limites de atuação da sociedade civil, os limites de atuação das forças de segurança, os limites de atuação das instituições religiosas, os limites de atuação dos partidos políticos, os limites de atuação dos grupos organizados. Enfim, cada um no seu quadrado.

Tentar impor aos outros as próprias opiniões, tentar impor aos outros as próprias crenças, tentar impor aos outros as próprias ideologias, é a instalação do fundamentalismo, é a instalação do extremismo, é a instalação do fascismo. Que são o que de mais nefasto, que são o de mais hediondo e que são o de mais condenável que pode ser concebido pela mente humana. Retrato de mentes doentias. Retrato de uma sociedade adoecida.

Assim também, enaltecer torturador, apoiar a obscuridade e o abismo, não respeitar a vontade dos que fazem a sociedade civilizada, é a instalação do extremismo, é a instalação do fascismo. Que são o que de mais nefasto, que são o de mais hediondo e que são o de mais condenável que pode ser concebido pela mente humana. Retrato de mentes doentias. Retrato de uma sociedade adoecida.

Enaltecer torturador, pregar quebra da ordem estabelecida, agir contra o respeito para com as normas da sociedade civilizada, são quebras de limites que nunca, em hipótese alguma, pode ser tolerado pela sociedade civilizada, são quebras de limites que nunca, em hipótese alguma, pode ser tolerado pelas instituições que têm a finalidade e a obrigação de garantir a ordem e a harmonia na sociedade civilizada.

Podemos, e até devemos, ser nós mesmos. Devemos procurar fazer aquilo que mais nos realiza e que nos traz mais satisfação. Mas precisamos sempre ter o cuidado de respeitar os limites, para não invadirmos o espaço que é do outro.

Esse é o preço que pagamos por viver em uma sociedade civilizada.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

A vida é feita de escolhas

 

Você sabia que a vida é feita de escolhas?

Você já percebeu que escolhemos o tempo todo?

Escolhemos ir ou escolhemos ficar.

Escolhemos fazer ou escolhemos não fazer.

Escolhemos que caminho seguir.

O tempo todo fazermos escolhas. Algumas escolhas não trazem grandes mudanças para as nossas vidas, mas algumas das escolhas que fazemos podem trazer consequências que irão mudar a nossa vida para sempre.

Algumas vezes, podemos fazer escolhas apenas pensando no momento presente, sem considerar que a vida também é feita de um dia depois do outro e que não existe fatos ou atitudes isoladas. Assim como as nossas escolhas que fazemos contribuem para construir a nossa vida, também as nossas atitudes são diretamente responsáveis pela construção da vida que estamos construindo.

É uma equação simples. As nossas escolhas e as nossas atitudes constroem a nossa vida. Salvo os percalços da vida; salvo os acasos da vida, inevitavelmente, vamos colher os frutos das nossas escolhas, vamos colher os frutos das nossas atitudes.

Muitas vezes, atribuímos ao destino, culpamos os governantes, culpamos pessoas do nosso convívio, atribuímos à sorte ou ao azar a até culpamos a Deus, pelos nossos infortúnios, pelas nossas frustrações, pelos nossos fracassos. Isso porque não desenvolvemos a capacidade de perceber que, apesar de não termos o total controle das nossa vidas, apesar de todos estarmos expostos à toda sorte de acontecimentos que a vida coloca na vida de todos, as nossas escolhas e as nossas atitudes diante de tudo o que nos acontece; as nossas escolhas e as nossas atitudes diante de todos os desafios surgidos na nossa caminhada da vida, as nossas escolhas e as nossas atitudes diante de todas as oportunidades que a vida coloca no nosso caminho, é o que vão fazer toda a diferença na vida que construímos. É o que vão fazer toda a diferença nos frutos que vamos colher.

Você alguma vez já pensou em como as suas escolhas e as suas atitudes têm contribuído para os resultados obtidos na sua vida?

Você alguma vez já avaliou em como as suas escolhas e as suas atitudes têm contribuído para a realidade da sua vida?

Nós somos livres para fazermos escolhas. Nós somos livres para escolhermos as nossas atitudes. Mas nós nos tornamos escravos das escolhas que fazemos. Nós nos tornamos escravos das atitudes que tomamos.

Porque toda escolha traz consequências. Toda atitude traz consequências.

Precisamos ter a consciência de que, sempre que fazemos alguma escolha, fazemos com a intenção de acertarmos e fazemos com os melhores recursos mentais, intelectuais e psíquicos que tivemos no momento.

Porém, precisamos saber que não somos obrigados a acertar sempre, pois, somos falíveis e imperfeitos.

Precisamos desenvolver a humildade de perceber quando as nossas escolhas não foram as melhores para o momento. Precisamos desenvolver a humildade de percebermos quando as nossas atitudes não foram as mais acertadas para o momento e para a situação.

Principalmente, precisamos desenvolver a capacidade de mudarmos. Precisamos desenvolver a capacidade de mudarmos quando percebemos que as nossas escolhas e que as nossas atitudes não foram as mais acertadas para o momento e para a ocasião.

Precisamos desenvolver a capacidade de aprendermos com os erros. Essa é a função positiva dos erros. Trazer aprendizado.

Aprender a aprender com os erros. Pois, assim, tiramos proveito dos erros para aprender a errar menos da próxima vez.

Necessário também saber que, mais importante do que aonde nos leva as escolhas que fazemos, é a forma como aceitamos e como encaramos as consequências das escolhas e das atitudes que tomamos. Porque assim, desenvolvemos a capacidade de mudarmos. Desenvolvemos a capacidade de analisarmos as nossas escolhas e as nossas atitudes e de mudar quando necessário.

Para que possamos ser felizes e para que possamos conviver de forma saudável e harmoniosa com as escolhas que fazemos, é necessário sabermos que não podemos seguir mais de um caminho. E assim, sempre que decidimos sobre que caminho seguir, devemos apagar da nossa mente as opções descartadas.

Muitas vezes, não conseguimos ser felizes com o caminho que escolhemos, porque não conseguimos nos desligar das opções que não escolhemos, e acabamos, por conta disso, sabotando o caminho escolhido.

A vida é feita de mudanças, e quem não acompanha essas mudanças, fica empoeirado. Fica preso nos velhos esquemas.

Porém, mudar não significa deturpar os valores.

Deturpamos os valores quando queremos que o ambiente mude para atender aos nossos desejos.

As verdadeiras mudanças não são as que provocamos no ambiente aonde vivemos, mas sim, as que provocamos em nós mesmos.

Precisamos aprender a usar os nossos dons para construir um mundo melhor. Se não podemos mudar o mundo, podemos pelo menos mudar o nosso mundo, o mundo ao nosso redor.

Podemos contribuir para melhorar o mundo das pessoas com as quais convivemos.

Precisamos aprender a perdoar. Perdoar primeiro a nós mesmos, para só assim podermos perdoar também aos que nos magoaram.

Ao praticarmos o exercício do perdão, podemos pensar que estamos fazendo algo por alguém, ao perdoá-lo. Mas, na verdade, estamos fazendo por nós mesmos.

Vida é movimento. Vida é mudança. Vida é transformação.

Principalmente, vida é transformação de si mesmo.

Sendo assim, para mudarmos de verdade, devemos sempre questionar:

Qual o propósito da minha vida?

Para onde estou conduzindo a minha vida?

Minhas escolhas e minhas atitudes me aproximam ou me distanciam dos meus objetivos de vida?

Que escolhas e caminhos devo seguir para atingir o propósito da minha vida?

As respostas para esses questionamentos devem sempre nortear os passos para a construção do nosso caminho e para a construção da nossa vida.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas