O Caminho do Meio a Saúde Mental e a Saúde Emocional

 

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Na publicação anterior, falamos sobre o que é o caminho do meio e sobre a importância da prática do caminho do meio, para a construção do equilíbrio, na forma de pensar e na forma de agir no mundo.

Hoje, quero aprofundar mais sobre esse tema, a prática do caminho do meio, trazendo reflexões sobre atitudes que contribuem para essa prática, sobre atitudes que contribuem de forma bastante relevante para a construção da saúde mental e para a construção da saúde emocional.

Reflexões sobre práticas que contribuem para a construção de uma vida de equilíbrio na relação consigo mesmo, equilíbrio na relação com as pessoas e equilíbrio na relação com o mundo. Principalmente, reflexões sobre práticas que contribuem para a construção da qualidade de vida.

Segundo os ensinamentos encontrados na filosofia do caminho do meio, a busca desse equilíbrio começa pela busca do conhecimento e da compreensão.

Começa pelo conhecimento e pela compreensão de si mesmo. Fazendo constantes autoavaliações, para compreender as formas de enxergar a si mesmo, para compreender as formas de enxergar o mundo ao seu redor, para compreender as formas de enxergar a realidade ao seu redor, para compreender as razões das próprias escolhas, compreender as razões das próprias atitudes.

Conhecimento e compreensão do mundo e da realidade, para assim poder, não apenas adquirir o conhecimento e a compreensão, mas poder, a partir do conhecimento e da compreensão, construir transformações na sua forma de enxergar o mundo e principalmente na sua forma de agir no mundo.

Após a construção de um correto conhecimento e de uma correta compreensão do mundo e da realidade ao redor, é necessário compreender as razões das próprias motivações. É preciso ter em mente quais os objetivos que pretende alcançar com as escolhas e com as atitudes realizadas. É preciso também ter em mente quais as razões para desejar construir os tais objetivos. E principalmente, é necessário ter em mente quais os impactos desses objetivos para a construção da vida que deseja para si mesmo e para as pessoas ao seu redor.     

A busca do correto conhecimento e da correta compreensão do mundo e da realidade ao redor é fundamental para a manutenção da sanidade mental e fundamental para a construção da forma de como se colocar no mundo. A forma de se colocar no mundo, sempre se pautando pela verdade e pela busca da verdade, é fundamental não apenas para a construção da autoimagem, a imagem que a pessoa tem de si mesmo, fundamental para a imagem que a pessoa passa para o mundo ao seu redor e fundamental para a qualidade das relações que o indivíduo mantem com as pessoas do seu convívio.

Ser uma pessoa confiável, cujas palavras podem ser levadas em consideração, faz muita diferença nas relações entre as pessoas.

Juntamente com a fala, sempre pautada na verdade e na realidade, a conduta de uma pessoa também tem total relevância para a construção da sua vida, para a construção do seu mundo.

Uma pessoa que pauta as suas atitudes pela ética, que pauta as suas atitudes pela verdade, que pauta as suas atitudes pelo respeito, sempre vai contribuir mais para a construção de relações saudáveis com as outras pessoas e com o mundo ao seu redor.

São as palavras de uma pessoa, a forma de uma pessoa se colocar no mundo e as atitudes de uma pessoa que constroem a sua reputação. E reputação é uma coisa muito importante, não apenas para construir a imagem de uma pessoa no mundo, mas também para construir a forma de como essa pessoa contribui com o mundo ao seu redor, de como essa pessoa contribui para a construção da sociedade da qual faz parte.

A reputação, a forma de se colocar no mundo, a forma de agir no mundo, a forma de lidar com as outras pessoas, tudo isso são coisas que têm uma importância muito grande para que uma pessoa encontre o seu espaço no mundo profissional. Tudo isso contribui muito para que uma pessoa construa a sua imagem profissional e produza os meios para construir a sua vida, materialmente falando.

Para que isso aconteça de forma equilibrada e para que contribua para a construção de uma vida de qualidade, é essencial que todos os esforços e que todos os meios utilizados para isso, sejam pautados por valores como a ética, valores como a honestidade, valores como a seriedade.

Porém, mesmo que tudo isso seja observado e seguido, nunca se deve perder de vista a simplicidade, nunca se deve perder de vista o aprendizado constante, nunca se deve perder de vista a necessidade constante de procurar o autoconhecimento e o autodesenvolvimento, e principalmente, nunca se deve perder de vista a busca do equilíbrio, nunca se deve perder de vista a busca do caminho do meio.

A busca do caminho do meio na forma de enxergar o mundo, a busca do caminho do meio na forma de enxergar a vida, a busca do caminho do meio na forma de enxergar as pessoas, a busca do caminho do meio na forma de se enxergar no mundo e principalmente a busca do caminho do meio na forma de atuar no mundo.

E tudo isso, sem a menor sombra de dúvida, contribui de forma incalculável para a construção da saúde mental, para a construção da saúde emocional.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

 


A prática do caminho do meio e a busca do equilíbrio

 

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Você já ouviu falar sobre o termo “O caminho do meio”?

Você sabe o que significa o termo o caminho do meio?

Você sabe o que significa a prática do caminho do meio?

O termo o caminho do meio e a prática do caminho do meio são mais conhecidos por aqueles que conhecem e por aqueles que praticam, de alguma forma, a filosofia encontrada no budismo.

Na sua essência, a prática do caminho do meio, pregada pelo budismo, é a prática da libertação.

Para o budismo, o conceito do caminho do meio como uma prática diária é o caminho que leva o indivíduo à busca do equilíbrio e à libertação do indivíduo, dos seus impulsos mais primitivos e mais controladores do seu comportamento.

Para o budismo, a prática do caminho do meio é o ato de evitar os extremos. A prática do caminho do meio é o ato de não esticar demais, para não torar, mas também não esticar de menos, para não deixar frouxo.

A prática do caminho do meio sempre foi o melhor caminho para a busca de comportamentos mais equilibrados, mais racionais, que contribuem para a construção de uma vida mais saudável e plena, que contribuem para a construção de relações mais saudáveis entre as pessoas e relações mais saudáveis com o mundo.

Com essa introdução, já percebemos como essa prática é conhecida por poucos. Com essa introdução, já percebemos como atualmente, essa prática, não apenas é totalmente desconhecida por tantos, como também parece ser o melhor caminho para sairmos do buraco em que nos metemos, enquanto sociedade, quando os extremismos são, na verdade, a prática diária de grande parte da população.

Por que, o conhecimento e a prática do caminho do meio, é tão importante, sobretudo, em tempos de ânimos exaltados e de atitudes extremistas?

O próprio termo, o caminho do meio, já deixa claro a importância dessa prática, porque, a prática do caminho do meio, é exatamente o oposto da prática dos extremismos. A prática do caminho do meio é exatamente o oposto da prática de atitudes extremistas.

Isso também já deixa claro que a prática do caminho do meio é o caminho para a busca do equilíbrio.

A prática do caminho do meio é a busca do equilíbrio do indivíduo.

A prática do caminho do meio é a busca do equilíbrio nas relações entre as pessoas.

A prática do caminho do meio é a busca do equilíbrio na sociedade.

A prática do caminho do meio é como afinar uma corda do violão. Se esticar demais, ela vai quebrar. Se esticar de menos, ela não vai dar som. É preciso esticar na medida certa. E não existe uma medida certa padronizada. É preciso encontrar essa medida certa.

Assim também é na vida.

Praticar o caminho do meio é sempre evitar os extremos.

Praticar o caminho do meio é sempre buscar a medida certa.

Praticar o caminho do meio é buscar a medida certa nas escolhas e nas decisões.

Praticar o caminho do meio é buscar a medida certa nas atitudes.

Praticar o caminho do meio é buscar a medida certa na forma de se relacionar consigo mesmo e com as pessoas.

Praticar o caminho do meio é buscar a medida certa de se relacionar com o mundo.

Praticar o caminho do meio é buscar a medida certa para enfrentar as dificuldades surgidas pelo caminho.

Praticar o caminho do meio é buscar a medida certa para aproveitar as oportunidades que a vida coloca no caminho.

Como saber a medida certa?

Não existe uma resposta pronta para isso. Não existe uma medida certa predeterminada para cada ocasião. Não existe uma medida certa predeterminada para cada situação.

É preciso encontrar essa medida certa cada vez que isso for preciso.

Existe uma fórmula para encontrar essa medida certa?

Também não. Assim é a vida. Não existe ensaio. Aprende-se vivendo.

Talvez, um caminho para aprender a buscar sempre a medida certa para encontrar o caminho do meio, diante das situações surgidas ao longo do caminho, seja a busca do equilíbrio na forma de enxergar a vida, seja a busca do equilíbrio na forma de enxergar as situações. E assim, a busca do equilíbrio nas escolhas. A busca do equilíbrio nas atitudes. A busca do equilíbrio na forma de atuar no mundo.

Enfim. Praticar o caminho do meio é praticar a busca da libertação.

Praticar o caminho do meio é praticar a busca da sanidade mental.

Praticar o caminho do meio é buscar se libertar dos pensamentos extremistas e desequilibrados.

Praticar o caminho do meio é praticar o bom senso.

Praticar o caminho do meio é praticar o equilíbrio.

Praticar o caminho do meio é praticar o equilíbrio na forma de enxergar o mundo.

Praticar o caminho do meio é praticar o equilíbrio na forma de pensar o mundo.

Praticar o caminho do meio é praticar o equilíbrio na forma atuar no mundo.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas


 

Os fins nem sempre justificam os meios

 

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Certamente, todos já escutaram algumas vezes, geralmente em forma de desculpas, quando pessoas, diante de alguma decisão ou diante de alguma atitude reprovável, a justificativa de que, “os fins justificam os meios”.

Essa frase já foi utilizada por muitas pessoas, nas mais diversas situações.

Geralmente, esse pensamento é utilizado para justificar algum decisão ou alguma atitude extrema, para justificar alguma decisão ou alguma atitude reprovável, com a intenção de justificar a decisão ou a atitude como necessário para atingir um resultado, para atingir um fim, considerado necessário.

Mas, até que ponto, essa frase ou esse pensamento, de que os fins justificam os meios, pode ser considerado aceitável?

Se formos considerar as questões éticas, se formos considerar as questões morais, se formos considerar as questões legais, se formos considerar as questões relacionais, e principalmente, se formos considerar as questões realmente importantes para o longo prazo e se formos considerar as questões realmente importantes para o coletivo, serão poucas as situações que podem justificar o pensamento de que “os fins justificam os meios”.

Mesmo assim. Mesmo nas raras exceções em que os fins possam justificar os meios, esses meios nunca devem ultrapassar os limites da ética, esses meios nunca devem ultrapassar os limites da moralidade, esses meios nunca devem ultrapassar os limites do respeito ao outro, esses meios nunca devem ultrapassar os limites do sentido de humanidade, esses meios nunca devem ultrapassar os limites do sistema de valores, esses meios nunca devem ultrapassar os limites do que pode ser suportado pela consciência.

Primordial é saber que, por mais urgente e por mais necessário que seja uma resposta à uma situação, a vida é feita de um dia depois do outro. Seja qual for a situação ou o acontecimento, sempre haverá o momento seguinte, e inevitavelmente, sempre haverá também as consequências das atitudes diante da situação ou do acontecimento.

Situações que exigem respostas rápidas, quando não existe nenhuma possibilidade de outras alternativas e que, realmente, as respostas sejam totalmente necessárias, podem, talvez, justificar o pensamento de que “os fins justifiquem os meios”.

Situação em que a omissão, o não responder a situação, pode levar à algum desfecho trágico ou dramático; situação que oferece necessidade real de resposta e poucas alternativas para a resposta; situação que a resposta é realmente necessária para evitar um mal maior, pode, talvez, justificar o pensamento de que os fins justificam os meios.

Não raramente, governantes costumam se utilizar do pensamento de que os fins justificam os meios, fazendo uso de estratégias ilegais e as vezes até imorais, com o argumento de que suas ações são baseadas em sentimentos patrióticos ou conservadores, quando na verdade as suas intenções sempre são no sentido da manutenção do seu poder.

Situação nenhuma que possa causar algum tipo de prejuízo para outras pessoas, a fim de favorecer benefícios para alguém pode justificar o pensamento de que os fins justificam os meios.

Interesse particular nenhum, que cause algum tipo de prejuízo para terceiros, pode justificar o pensamento de que os fins justificam os meios.

Interesses grupais nenhum, ou interesses políticos nenhum, com o objetivo de atingir, com o objetivo de alcançar, interesses puramente grupais, ou interesses de grupos políticos, podem justificar o pensamento de que os fins justificam os meios.

Ideologia nenhuma, por mais correta que possa parecer para quem tem os seus dogmas como verdade absoluta, pode justificar o pensamento de que os fins justificam os meios.

Por incrível que pareça, nós fazemos uso do pensamento de que os fins justificam os meios mais vezes do que percebemos, em mais situações do que podemos imaginar.

Quando furamos uma fila de banco, fila de supermercado, fila da farmácia, fila da padaria, por acreditarmos que o nosso tempo é mais precioso do que o tempo dos demais e por isso justifica passar na frente de todos.

Quando não respeitamos o direito do outro no trânsito, por acreditarmos que temos mais pressa que o outro, que o compromisso que nos aguarda é mais importante do que o compromisso do outro, e isso justifica a nossa prioridade no trânsito.

Quando nos colocamos em risco e colocamos o outro em risco, em ultrapassagens irresponsáveis, por acreditarmos que a nossa pressa justifica não apenas arriscar a nossa própria vida, mas também colocar em risco a vida do outro.

Quando criamos ou compartilhamos informações mentirosas, mesmo que isso coloque em risco até a vida de pessoas, com o objetivo de extravasar o nosso ódio ou de impor as nossas ideologias, por acreditarmos que a nossa opinião deve sempre prevalecer, mesmo que em detrimento da opinião do outro.

Aliás, as ideologias, o ódio e os interesses grupais, que não levam em consideração o bem comum, nunca devem ser argumento para normalizar o pensamento de que os fins justificam os meios.

São muitos os exemplos dessa prática e seria impossível coloca-los todos aqui.

Porém, existe uma regra bem simples para sabermos se estamos tomando uma decisão de forma mais assertiva e se estamos balizando as nossas atitudes em valores positivos e que contribuam para o bem.

Essa regra é a mesma regra utilizada para determinar se uma atitude está balizada no sentido da ética.

Para isso, basta responder de forma honesta esses três questionamentos, diante de qualquer decisão ou de qualquer atitude.

Primeiro questionamento.

Eu realmente quero fazer isso? Ou estou sendo manipulado? Estou sendo induzido a fazer isso?

Segundo questionamento.

Eu posso fazer isso?

Eu tenho os recursos necessários para tal? Eu tenho os recursos materiais, financeiros, comportamentais e emocionais para fazer isso?

Terceiro questionamento?

Eu devo fazer isso?

Qual o impacto dessa minha decisão ou atitude? Quais as consequências dessa minha decisão ou atitude? Como essa minha decisão ou atitude irá afetar a mim mesmo? Como essa minha decisão ou atitude irá afetar as pessoas do meu convívio? Como essa minha decisão ou atitude irá afetar o meio onde vivo? Como essa minha decisão ou atitude irá afetar a minha comunidade?

Os resultados possíveis serão positivos ou serão negativos?

Somente se as respostas encontradas em todos esses questionamentos forem satisfatórias é que as minhas decisões e  as minhas ações estarão de acordo com a ética.

E quando colocamos a ética sempre nas nossas decisões e nas nossas atitudes, geralmente essas decisões e essas atitudes têm mais chances de serem as mais acertadas.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas