Reinventar-se é preciso


A vida é feita de mudanças.

A vida é feita de mudanças de situação. A vida é feita de mudanças de clima.

A vida também precisa ser feita de mudanças de planos. A vida também precisa ser feita de mudanças de visão, mudança de visão sobre a própria vida e mudança de visão sobre o mundo ao redor. A vida também precisa ser feita de mudanças de foco. A vida também precisa ser feita de mudanças de atitude.

Sobretudo. A vida precisa ser feita de mudanças em nós mesmos.

Precisamos aprender a mudar nós mesmos. Aprender a mudar a nossa visão de mundo. Aprender a mudar a nossa visão da realidade ao nosso redor. Aprender a mudar a nossa forma de agir no mundo.

O nome disso é reinventar-se. Precisamos aprender a reinventar a nós mesmos a cada dia. Precisamos aprender a enxergar as mudanças que acontecem no mundo ao nosso redor e aprender a conviver com essas mudanças de forma equilibrada e saudável. Sob pena de ficarmos presos em esquemas ultrapassados. Sob pena de ficarmos presos em realidades paralelas. Sob pena de não acompanharmos as mudanças de atitudes que as mudanças de realidade no mundo ao nosso redor exigem de cada um, para que possa conviver de forma saudável e equilibrada com o mundo ao seu redor.

Reinventar-se é preciso, principalmente aprendendo formas mais saudáveis e equilibradas de viver no mundo. Reinventar-se é preciso, aprendendo formas mais equilibradas e saudáveis de lidar com a realidade a nossa volta. Reinventar-se é preciso, aprendendo a lidar com as mudanças do mundo de forma mais equilibrada e saudável. Reinventar-se é preciso, aprendendo a ter atitudes mais saudáveis e equilibradas.

Reinventar-se é preciso, para agir no mundo com mais responsabilidade sobre a própria vida e sobre o mundo ao redor. Sabendo que são as suas atitudes que constroem o seu mundo.

Reinventar-se é preciso, para agir no mundo com mais respeito e com mais empatia com as outras pessoas. Sabendo que todos somos iguais e diferentes ao mesmo tempo. Sabendo que todos temos sonhos e projetos para as suas vidas. Sabendo que cada um tem o seu próprio mundo particular, com as suas verdades, os seus desejos, os seus pontos de vista, as suas opiniões, a sua forma de enxergar o mundo.

Reinventar-se é preciso, para agir no mundo com mais responsabilidade e consciência sobre as consequências das suas atitudes e das suas palavras. Sabendo que muitas vezes, as suas atitudes inconsequentes ou as suas palavras inconsequentes podem trazer consequências imprevisíveis e até trágicas, para si mesmo e para outras pessoas.

Reinventar-se é preciso, para agir no mundo com mais consciência sobre o sentido do bem público e do espaço compartilhado. Sabendo usar os espaços públicos com consciência de si mesmo e com consciência do outro, com respeito ao outro, que seja nas estradas, que seja nas ruas, que seja nos estacionamentos, que seja nas praças, que seja nos supermercados, que seja nas lojas, que seja na vida.

Reinventar-se é preciso, para agir no mundo com mais sentido de civilidade. Sabendo que civilidade significa conviver com o outro de forma civilizada. Sabendo que gentileza gera gentileza. Sabendo que as suas atitudes nos espaços públicos não é uma questão de quem pode mais nem de quem está no mundo para servir ou para ser servido. As suas atitudes nos espaços público e a sua atitude com o outro é uma questão de educação e de respeito. As suas atitudes nos espaços público e a sua atitude com o outro não é uma questão de dinheiro. As suas atitudes nos espaços público e a sua atitude com o outro não é uma questão de poder. As suas atitudes nos espaços público e a sua atitude com o outro não é uma questão de conhecimento. As suas atitudes nos espaços público e a sua atitude com o outro não é uma questão de títulos. As suas atitudes nos espaços público e a sua atitude com o outro é uma questão de educação. As suas atitudes nos espaços público e a sua atitude com o outro é uma questão de respeito.

Reinventar-se é preciso, para agir no mundo com menos verdades prontas e mais pensamento analítico e pensamento crítico. Sabendo buscar as verdades dos fatos e não apenas reproduzindo ideologias, reproduzindo mentiras, reproduzindo ódio ou reproduzindo interesses obscuros.

Reinventar-se é preciso, para agir no mundo com mais consciência política, mais consciência ecológica e mais consciência espiritual. Sabendo que consciência política é pensar no bem comum e não apenas defender com unhas e dentes partidos ou candidatos salvadores da pátria, enviados divinos. Sabendo que consciência ecológica não é apenas deixar de utilizar canudos de plástico, mas adquirir hábitos que contribuam para a sustentabilidade do planeta, se importando com cada ser vivo. Sabendo que consciência espiritual não é apenas ser engajado em alguma determinada religião ou denominação, muitas vezes até com atitudes fundamentalistas, próximo ao fanatismo, condenando todas as outras religiões, mas sabendo que consciência espiritual é maior que qualquer religião, que espiritualidade é transcendência, que espiritualidade é ligação com o todo, que espiritualidade é se importar com o todo.

Reinventar-se é preciso, para agir no mundo com mais equilíbrio emocional. Sabendo colocar mais equilíbrio nas suas escolhas, sabendo colocar mais equilíbrio nas suas decisões, sabendo colocar mais equilíbrio nas suas atitudes, sabendo colocar mais equilíbrio nas suas relações com as pessoas e com o mundo.

Reinventar-se é preciso, para agir no mundo com um olhar mais humano e de mais equidade sobre o próximo. Sabendo que estamos todos no mesmo barco e que a construção de um mundo melhor para todos, depende da atitude de cada um.

Reinventar-se é preciso porque o mundo muda o tempo todo e nós precisamos também mudar para acompanhar as mudanças do mundo. Principalmente aprendendo a conviver de forma saudável e equilibrada com as mudanças de realidades.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

A pequena distância entre a civilização e a barbárie

 

Você sabe o que é civilidade?

Você sabe qual o conceito de civilização?

Você sabe qual a importância da civilidade para a construção e para a manutenção da civilização?

Você sabe o que é um estado de barbárie?

Você sabe como atos de barbárie afeta e contribui para a destruição da civilidade e para a destruição da civilização?

Segundo os conceitos encontrados nos dicionários, civilidade é o respeito pelas normas de convívio entre os membros de uma sociedade organizada.

Por civilidade as pessoas podem esperar comportamentos de respeito, comportamentos de tolerância, comportametnos de cortesia, comportametnos de consideração e comportmentos que abordem, enfrentem e resolvam os conflitos de forma racional.

Em uma sociedade civilizada, há uma expectativa que todos sigam as normas sociais que permitam as pessoas se relacionarem umas com as outras de forma positiva, respeitosa e harmoniosa.

Por civilidade, pode-se compreender também um conjunto de formalidades, palavras e atos que os cidadãos adotam entre si para demonstrar mútuo respeito e consideração; boas maneiras como a cortesia e a polidez no trato umas com as outras.

Por civilidade, pode-se compreender o respeito pelas normas de conoduta entre os membros de uma sociedade.

Por civilidade, pode-se compreender o respeito pelas normas estabelecidas que permitem o convívio saudável entre as pessoas.

Por civilidade, pode-se comprender o respeito em relação as leis, em relação ao estado de dirento, em relação a cidadania.

A civilização inclui todos os regulamentos necessários para ajustar as relações das pessoas umas com as outras.

A Barbárie, também segundo os dicionários, é a condição daquilo que é selvagem, daquilo que é cruel, daquilo que é grosseiro. A barbárie pode ser interpretada como uma ação de extrema violência e agressividade com o objetivo de afetar diretamente a paz e a tranquilidade de uma pessoa, de um grupo de pessoas ou até mesmo de um país.

Sendo assim, podemos perceber que a distância entre a civilização e barbárie não é tão grande. Podemos perceber que a distância entre a civilidade e a barbárie não é tão grande.

O que faz você acreditar que pode sair da sua casa; o que faz você acreditar que pode andar pelas ruas; o que faz você acreditar que pode frequentar um parque; o que faz você acreditar que poder dirigira por uma estrada; o que faz você acreditar que pode aproveitar as areias de uma praia? Tudo isso sem ser molestado ou agredido por ninguém?

Sabe o que é? É saber que você vive em uma sociedade civilizada. Pelo menos espera-se que seja assim.

Excluindo a ação daqueles que não respeitam as leis, excluindo a ação daqueles que não respeitam o outro, excluindo a ação daqueles que não respeitam os direitos dos outros, excluindo a ação daqueles que não respeitam a propriedade do outro. Por viver em uma sociedade civilizada, esperamos poder andar pelas ruas, passear pelos parques, andar pelas estradas e curtir uma praia, sem sermos molestados ou agredidos por ninguém.

O que contribui para esse sentimento de viver em uma sociedade civilizada?

A civilidade.

A civilidade no sentido de esperar que todos respeitem uns aos outros. A civilidade no sentido de esperar que todos respeitem os espaços públicos, que pertencem a todos. A civilidade no sentido de esperar que todos cumpram as normas estabelecidas. A civilidade no sentido de esperar que todos cumpram as leis estabelecidas. A civilidade no sentido de esperar que todos conheçam não apenas os seus direitos, mas também conheçam os seus deveres para com a sociedade.

Quando um indivíduo não cumpre com o esperado para a vida em uma sociedade civilizada e as instituições responsáveis pela manutenção dessa sociedade civilizada, juntamente com a própria sociedade civilizada, admite a agressão a sociedade civilizada como uma coisa aceitável, coloca em risco toda a sociedade civilizada e coloca em risco o frágil equilíbrio entre a civilidade e a barbárie.

Por que?

Porque na hora em que um indivíduo ou um grupo de indivíduos, seja qual for o motivo, não aceita e não respeita as normas estabelecidas, abre caminho para a instalação da barbárie, ou seja, abre caminho para o vale tudo. Abre caminho para a destruição de toda a conquista civilizatória que essa sociedade tenha conquistado.

Por essa razão, é dever de todas as instituições criadas para governar e para manter a sociedade civilizada, como também é dever de toda a sociedade civilizada e de cada indivíduo que faça parte dessa sociedade civilizada, não aceitar e lutar contra toda e qualquer forma de agressão para com essa sociedade civilizada. Que seja essa agressão vinda de um indivíduo, vinda de um grupo de indivíduos ou vinda de grupos organizados.

A civilidade deve ser inegociável, as normas criadas para manter a vida em uma sociedade civilizada devem ser inquestionáveis e o desrespeito para com as normas de civilidade deve ser inaceitável por todos e deve ser combatido por todos.

Sob pena de, por omissão ou por concordância, contribuir para a destruição do frágil equilíbrio entre a civilização e a barbárie.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

Inimigo Meu – Um chamado à reflexão sobre a tolerância e o respeito

 

Nunca estivemos tão próximos e nunca estivemos tão distantes ao mesmo tempo. Os meios de comunicação e as tecnologias da transmissão de informação permite que um pensamento seja transmitido praticamente para todo o planeta em menos de um segundo, tornando todos os povos do planeta em uma só nação – a raça humana.

Porem, essa mesma tecnologia permite que cada indivíduo, em nome da liberdade de expressão, possa expressar a sua interpretação do mundo à sua maneira, em detrimento da interpretação desse mesmo mundo, da maneira que o seu próximo o enxerga, procurando forçar um ao outro aceitar a sua maneira de enxergar o mundo como a interpretação única e verdadeira.

E é por essa razão que, vendo redes sociais que foram criadas para aproximar as pessoas sendo utilizadas como palco de embates, com pessoas se digladiando, defendo cada uma a sua posição como se fosse a única verdadeira, defendendo a sua liberdade de expressão tirando essa mesma liberdade do outro, que veio a minha mente a lembrança de um filme lançado em 1985, que trazia uma mensagem de tolerância e respeito, como a única forma possível de sobrevivência.

Inimigo meu, é o título do filme. O filme Inimigo meu mostra dois soldados inimigos em uma guerra futurística espacial entre a Terra e o planeta Dracon, que acabam em uma situação inusitada: os dois têm as suas naves abatidas e vão parar num planeta completamente inóspito, repleto de ameaças mortais. No local desolado e perigoso, eles vão ter que deixar o ódio que têm um pelo outro de lado, para lutarem juntos, contra as forças da natureza, como a única possibilidade de sobreviverem.

Esse filme é um clássico de ficção científica. O filme fala sobre como lidar com o diferente, fala sobre como lidar com o estranho, fala sobre como lidar com o desconhecido.

E claro, a relação entre eles sempre pautada pelo confronto e pelo desentendimento.

O foco aqui não é abordar a aventura do filme, mas o relacionamento conturbado entre dois seres tão diferentes, em todos os sentidos, que são forçados a conviver no mesmo espaço.

Ao longo da convivência entre eles, o terráqueo descobre que o alien, com aparência de um lagarto, na essência não era tão diferente dele. Que na verdade era até brincalhão, espirituoso e com fortes valores familiares.

A medida que aprenderam a se comunicar, vão descobrindo que ensinamentos das suas culturas e das suas crenças, mesmo sendo tão distantes e tão diferentes, trazem lições que na sua essência são semelhantes. Principalmente no quesito respeito e amor ao próximo, como uma necessidade para  a construção de uma cultura de paz.

O respeito e amor ao próximo pode ser traduzido na palavra empatia, quando se aprende a compreender o outro em todos os seus aspectos.

E isso acontece no filme, quando após o alien ter um filho, fruto de uma gravidez assexuada, próprio da sua espécie, ele morre do parto. O terráqueo adota o pequeno alien e cuida dele como se fosse seu próprio filho.

Depois de anos, e tendo terminado a guerra entre os dois planetas, o terráqueo é resgatado pelos seus companheiros. Após ser resgatado do planeta aonde estava isolado, ele vai ao planeta alienígena e apresenta o pequeno alien ao seu povo, conforme os costumes e a cultura do seu antigo inimigo.

A mensagem principal do filme é que, eles só conseguiram sobreviver porque apesar de serem tão diferentes, aprenderam a se respeitar mutuamente; aprenderam a respeitar os costumes um do outro, aprenderam a respeitar as crenças um do outro; aprenderam a respeitar a cultura um do outro; e principalmente, construíram uma convivência de tolerância.

Inimigo meu, um filme que vale a pena ser visto. Uma história de tolerância, respeito e amor ao próximo, que vale a pena ser refletida.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas