Gentileza – uma prática que faz a diferença

 

Você está satisfeito pela forma como o mundo tem tratado você?

Você está satisfeito pela forma como as pessoas têm tratado você?

Você alguma vez já se questionou porque o mundo e porque as pessoas lhe tratam da forma como lhe tratam?

Se o mundo e as pessoas tratam você da forma que você gostaria de ser tratado ou não, essa é a resposta da forma como você trata o mundo. Essa é a resposta de como você trata as pessoas.

Na maioria das vezes, recebemos de volta aquilo que fazemos com o mundo, recebemos de volta aquilo que fazemos com as pessoas.

Isso é uma lógica simples. É causa e consequência. Recebemos de acordo com o que damos.

Se você trata o mundo de forma grosseira, só poderá receber grosseria de volta. Se você trata as pessoas com grosseria, só poderá ser tratado pelas pessoas, também com grosseria.

Ao contrário.

Se você trata o mundo com gentileza, também o mundo deve tratar você com gentileza.

Se você trata as pessoas com gentileza, também as pessoas devem tratar você com gentileza.

Geralmente, se você é bem tratado, você trata bem.

Geralmente, se você trata bem, você é bem tratado.

Se isso não acontecer, algo deve estar errado nessa relação.

Por que? Porque gentileza gera gentileza.

A prática da gentileza é um comportamento natural para as pessoas que desenvolvem o sentimento de Empatia.

Enquanto a Empatia é o exercício de compreender o outro, com todas as suas diferenças e necessidades, a gentileza é o exercício de transformar em atitudes o sentimento de empatia em relação ao outro.

E isso é uma atitude que pode, e que deve ser praticada em todas as situações e em todos os momentos.

Praticar a gentileza é antes de qualquer coisa praticar o respeito ao outro.

Praticar a gentileza é procurar perceber os sentimentos e as necessidades do outro.

Praticar a gentileza é ter atitudes que possam contribuir para que as necessidades do outro possam ser atendidas ou pelo menos amenizadas.

E isso, você pode praticar no trânsito, você pode praticar na fila do supermercado, você pode praticar na fila do banco, você pode praticar na fila da padaria, você pode praticar andando na rua, você pode praticar na sua casa, você pode praticar em todos os lugares e em todas as ocasiões do seu dia-a-dia.

Praticar a gentileza é essencialmente praticar o respeito ao outro, e na maioria das vezes, essa prática nem exige tanto, basta perceber que um gesto simples da nossa parte pode facilitar a vida do outro, como por exemplo:

Quando paramos no trânsito, para facilitar uma manobra de outro motorista.

Quando cedemos a vez em uma fila de supermercado ao vermos alguém apressado ou que suas compras não farão diferença no tempo de atendimento.

Quando na nossa função profissional, podemos contribuir para facilitar ou para agilizar um procedimento para alguém.

Exemplos de como praticar a gentileza são inúmeros.

A gentileza é uma prática que deve ser exercida em todos os lugares, deve ser exercida em todas as situações, deve ser exercida com todas as pessoas.

A gentileza é uma prática que faz toda a diferença.

São muitas as oportunidades que temos no nosso dia-a-dia para praticarmos a gentileza. E certamente, essa prática não apenas melhorará o dia e a vida das pessoas para as quais exercemos essa prática, mas também melhorará a nossa vida e o nosso mundo.

Que tal aprender um pouco mais sobre a gentileza? Que tal experimentar algumas práticas que comprovam como a gentileza pode melhorar a sua relação consigo mesmo, pode melhorar a sua relação com as pessoas, pode melhorar a sua relação com o seu mundo?

Pode ter certeza absoluta que as suas mudanças de atitudes contribuirão para construir transformações relevantes e permanentes na sua vida e no seu mundo.

Então, por que não iniciar essa experiência agora?

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

 

A Liberdade e os Limites da Liberdade

 

Muito se tem falado sobre liberdade nos últimos tempos.

Liberdade em vários sentidos.

Liberdade de expressão, liberdade de opinião, liberdade de escolha, liberdade de crença.

Mas o que é mesmo a liberdade?

Existe liberdade sem limites?

Quais os limites para a liberdade?

E quando a minha liberdade vai de encontro com a liberdade do outro?

E quando a minha liberdade agride a liberdade do outro?

A liberdade é algo tão importante e tão desejada que até a Bíblia faz menção à ela, quando diz que Deus deu a humanidade o livre arbítrio, ou seja, Deus deu a humanidade o poder de escolher o seu próprio caminho.

Até mesmo na Bíblia, já encontramos que a liberdade tem um preço. Até mesmo na Bíblia já encontramos que a liberdade tem limites.

Segundo os escritos bíblicos, Deus deu à humanidade o poder de escolher, de decidir a sua própria vida, porém, junto com a liberdade, Deus deixou claro também que cada um colheria as consequências de acordo com as suas escolhas.

Acredito que isso já responde todas as perguntas que fiz logo no início.

A liberdade não pode ser algo sem limites.

Defender a própria liberdade, como a própria liberdade de escolha por exemplo, como argumento para desprezar a liberdade de escolha de outros, já é por si só, uma demonstração de total desprezo não apenas pela escolha do outro, mas um total desprezo pelo outro.

Não tem como ser possível a liberdade irrestrita. Não tem como ser possível a liberdade absoluta. Uma vez que, a liberdade absoluta de alguém só seria possível com a total falta de liberdade de outros. A liberdade sem limites de alguém só seria possível com a total falta de direitos de outros.

E todos nós sabemos, ou pelo menos deveríamos saber, que isso só acontece em nações em que a população tem todos os seus direitos caçados. Isso só acontece em nações em que o poder é exercido de forma absolutista. Ou seja, isso só acontece em países totalitários, em países regidos por ditaduras extremistas, principalmente em países regidos por ditaduras extremistas que se utilizam de alguma religião de forma fundamentalista para coagir e para massacrar a população. 

Absurdamente, temos visto nos últimos tempos, em nosso próprio país, que sempre se orgulhou da conquista da liberdade. Liberdade que custou caro para muitos, e alguns, em nome dos seus interesses ideológicos e em nome dos seus projetos de poder, faz uso da defesa da liberdade sem limites, chegando ao extremo de defender até o direito de escolher a mentira como se verdade fosse, mesmo diante de fatos que comprovam essas mentiras.

Absurdamente, em nome da defesa da liberdade sem limites, defender o direito de impor aos outros a própria opinião, e até o direito de impor realidades totalmente em desacordo com a realidade verdadeira.

Absurdamente, em nome da defesa da liberdade sem limites, autoproclamados representantes de Deus, fazendo uso de textos bíblicos, com interpretações totalmente deturpadas, com o objetivo de manipular pessoas e até de fomentar o ódio, a mentira, a violência, o caos.

Absurdamente, autoproclamados escolhidos de Deus, autoproclamados paladinos da moral, autoproclamados salvadores da nação, mas que têm as suas trajetórias de vida, as suas histórias de vida, recheadas de exemplos totalmente opostos ao que pregam. Porém, em nome da defesa da liberdade sem limites, fazem uso de maneira imoral e ilegal de técnicas de manipulação de massas, para atingirem os seus objetivos ideológicos e os seus projetos de poder.  

Não. Não pode existir liberdade sem limites. E o principal limite para a liberdade tem que ser a liberdade do outro.

A minha liberdade de opinião tem que respeitar a liberdade de opinião do outro.

A minha liberdade de escolha tem que respeitar a liberdade de escolha do outro.

E o limite para a minha liberdade é o preço que eu estou disposto a pagar por ela. O limite para a minha liberdade é o preço que eu estou disposto a pagar pela minha liberdade.

Porque, assim como as escolhas, a liberdade também tem um preço.

Até porque, a principal característica da liberdade é o poder ter escolhas. A principal características da liberdade é poder escolher, é poder decidir sobre a própria vida e sobre o próprio destino.

Destino que aliais, tantas vezes paga a conta das escolhas mal feitas.

Quantas vezes, diante da colheita das nossas escolhas, costumamos dizer que foi o destino que quis assim. E os religiosos até dizem que foi Deus que quis assim.

Nem sempre. Claro que não temos de verdade o controle sobre a nossa vida. Claro que não temos de verdade o controle sobre os acontecimentos da nossa vida. Mas também é verdade que grande parte do que colhemos nada mais é do que os frutos daquilo que plantamos.

Alguns até dizem que estão sendo castigados, quando na verdade estão apenas colhendo os frutos das suas atitudes.

A liberdade talvez seja a coisa mais importante da vida. A liberdade talvez seja o bem mais importante da vida.

Mas também, a liberdade pode ser uma coisa perigosa.

Exatamente por isso, é preciso que aprendamos a usar a nossa liberdade e o nosso poder de escolha, para fazermos escolhas que se traduzam em valores positivos.

Devemos usar a liberdade para escolher plantar a compreensão em vez da intolerância.

Devemos usar a liberdade para escolher plantar a empatia em vez das ideologias.

Devemos usar a liberdade para escolher plantar o equilíbrio em vez do caos. 

Devemos usar a liberdade para escolher plantar o amor em vez do ódio.

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas

 

Sobre plantar e colher – escolhas e consequências

 

Chegamos ao final do mês de junho. Um mês diferente para todo o Brasil e principalmente para todos os nordestinos.

Mês de junho. O mês de se comemorar São João. Com fogueira, muito forró e claro, muita comida a base de milho.

O milho é o Ingrediente mais presente na maioria das gostosuras juninas.

E por que, todo ano, temos o milho na mesa da quase totalidade das mesas juninas?

Porque o milho foi plantado. Porque o milho foi plantado e colhido.

Se, em vez do milho, qualquer outra coisa tivesse sido plantado no seu lugar, teríamos nas nossas mesas qualquer outra coisa, menos comidas a base de milho.

Assim também é o que acontece em todas as situações e em todos os momentos da vida. Geralmente, plantamos o que pretendemos colher.

Não se pode colher melancias em terreno em que se planta sementes de limão.

Plantar milho é uma questão de escolha. Assim também como é uma questão de escolha a maioria das nossas atitudes.

Exatamente por essa razão que precisamos ter muita atenção nas nossas escolhas e nas nossas atitudes. Afinal, somos o resultado das nossas escolhas e das nossas atitudes.

São elas, as nossas escolhas e as nossas atitudes, os alicerces que constroem a nossa vida. São elas, as nossas escolhas e as nossas atitudes, os alicerces que constroem o nosso mundo.

Muitas vezes, atribuímos ao destino os resultados que colhemos na nossa vida. Outras vezes, atribuímos à terceiros, atribuímos à outras pessoas, os resultados que colhemos na nossa vida, sem percebermos que o que colhemos nada mais é do que as consequências das nossas escolhas, as consequências das nossas atitudes.

Podemos escolher o que plantar, mas não podemos escolher o que colher.

Colheremos sempre de acordo com aquilo que plantarmos. Essa é a lei mais justa da vida.

A vida é também feita de escolhas e consequências.

Não se pode fugir disso. Geralmente, colhe-se o que se planta.

Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências. Como já dizia o poeta e pensador chileno, Pablo Neruda, que ganhou o prêmio Nobel de literatura em 1971.

Deixando claro que, podemos escolher o que plantar, mas somos obrigados a colher o que semeamos, como diz também um popular provérbio chinês.

O filósofo e escritor francês Jean Paul Sartre, que ficou conhecido como representante do existencialismo, também diz que “Viver é ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências”.

Para ele, Sartre, o ser humano é condenado à liberdade. Segundo ele, somos seres feitos de escolhas. Por mais que eventos externos afetem as nossas escolhas, nós continuamos escolhendo.

Em um dos mais importantes romances do século XX, A insustentável leveza do ser, o seu autor, Milan Kudera, diz que, “Aquilo que não é consequência de uma escolha não pode ser considerado nem mérito nem fracasso".

Todos esses são sobre o que podemos chamar de Lei da semeadura, que permite colher aquilo que plantamos.

Podemos perceber então, que nosso futuro é determinado pelas escolhas que fazemos. Não tem como deixar este poder de decisão nas mãos de outras pessoas ou de acontecimentos externos a nós.

As turbulências na vida muitas vezes podem ser fruto de algo que plantamos antes. Afinal, sempre, depois da semeadura, vem a colheita.

Não chame de destino as consequências de suas próprias escolhas. Elas, as consequências, podem ser frutos das suas próprias escolhas.

O livre arbítrio nos concede o privilégio de plantarmos e colhermos exatamente aquilo que desejamos. A decisão está em nossas próprias escolhas.

Não julgue cada dia pela colheita que você colhe, mas pelas sementes que você planta. Frase de autor desconhecido.

A vida é a soma das consequências de cada uma de suas escolhas. As decisões que você toma hoje determinam seu futuro amanhã. Viver nada mais é que fazer escolhas continuamente. Embora algumas pareçam irrelevantes, há sempre aquelas cujas consequências nos farão companhia para sempre.

Uma coisa importante para se pensar é saber que o poder é transitório e a roda gira. Por essa razão, é sempre necessário ter muito cuidado nas escolhas que tomamos quando estamos em uma posição de poder. Podemos colher os frutos dessa escolha quando não estivermos mais nessa posição de poder.

Segundo Aristóteles, filósfo grego, “A liberdade é a capacidade de decidir-se a sei mesmo, para um determinado agir ou para a omissão.” Assim, a liberdade é a capacidade de escolher entre alternativas, para decidir algum ato voluntário.

Se não gostamos da situação presente que vivemos, podemos criar uma situação nova, fazendo novas escolhas.

Existe uma estorinha, de autor desconhecido, sobre uma suposta conversar entre um sábio e seu discípulo, que tem o seguinte diálogo entre eles.

O discípulo pergunta ao mestre. Mestre, como faço para me torar um sábio?

O mestre responde. Fazendo boas escolhas.

O discípulo responde. Mas, como fazer boas escolhas mestre?

O mestre responde, com a experiência.

O discípulo pergunta. Como adquirir experiência mestre?

O mestre responde, fazendo más escolhas.

Essa pequena estória nos mostra que é impossível viver sem fazer escolhas e mostra também que só podemos aprender sobre a vida e sobre as escolhas, fazendo escolhas.

Porém, é importante sempre lembrar que, a liberdade de escolha acarreta na responsabilidade de cada passo. Lembrar que escolher é chamar a responsabilidade para si. Lembrar que sempre responderemos pelas contas que surgem quando tomamos decisões.

Uma escolha pode ser certa ou errada, e a responsabilidade sobre as nossas escolhas é só nossa, e não podemos culpar os outros.

O filósofo e escritor francês Jean Paul Sartre, citado no início dessa reflexão, também nos deixa uma importante mensagem, quando diz que, "O mais importante não é o que fizeram de mim, mas o que eu faço com o que fizeram de mim."

Gilson Tavares

Psicanalista Clínico e Organizacional

Administrador, Especialista em gestão de pessoas